Mito x Verdade: Coisas que você não sabia sobre o Aquecimento Global!

Calor excessivo, invernos rigorosos, derretimento das calotas polares ou chuvas torrenciais que provocam grandes tragédias. A mudança climática é, sem dúvidas, a maior ameaça que a humanidade enfrenta hoje. E diante da enxurrada de informações que chegam, é indispensável saber os mitos e verdades sobre o aquecimento global. 

Além de acompanhar o derretimento glacial significativo e aumento do nível do mar, somos constantemente alarmados com incêndios florestais violentos, migração de parasitas perigosos e vetores de doenças. Sem falar nos eventos climáticos extremos e devastadores. 

São sinais claros de que o problema existe e só tende a piorar. O que dizer da tragédia em Petrópolis, ao mesmo tempo em que a região Sul do Brasil enfrenta uma de suas piores secas na história? Notícias, no mínimo, preocupantes não só para cientistas do mundo como para todos nós. 

O que é a mudança climática?

Primeiro, precisamos conceituar o que é, de fato, a mudança climática. Trata-se do conjunto de alterações nos padrões climáticos globais ou regionais ao longo do tempo. Na maioria das vezes, o termo refere-se especificamente às rápidas mudanças na temperatura da Terra e padrões climáticos desde o final do século XIX. 

Tais mudanças são resultados do aumento da utilização de gases de efeito estufa na atmosfera. Às vezes, são chamadas de “aquecimento global”, uso que pode ser enganoso, visto que o termo aquecimento global leva ao pensamento errado de que todos os lugares do planeta estão se aquecendo na totalidade.

Ou seja, quando sua cidade natal tem o inverno mais frio e mais neve do que o registrado nos últimos 30 anos, os moradores assumem não haver aquecimento global. Porém, é importante esclarecer que a tendência ao aquecimento é medida globalmente, não regionalmente. Assim, a elevação na temperatura média global de 1ºC, por exemplo, pode causar clima extremo de todo tipo.

Daí, a explicação para secas em uma região simultaneamente a inundações por tempestades severas em outras, por exemplo. Basta ver que incêndios florestais, ondas de calor, invernos gelados e nevascas estão se tornando assustadoramente comuns.

Fatos reais sobre as mudanças climáticas

Você precisa se preocupar sim com a emissão de gás carbônico, o CO2

Você sabia que, em 2017, a emissão do global de dióxido de carbono na atmosfera (CO2) atingiu 405 ppm (partes por milhão)? É um triste novo recorde que, infelizmente, não deve ter atingido seu maior patamar. O dióxido de carbono atmosférico está atualmente em seu nível mais alto em 3 milhões de anos. 

Por que isso é um problema? Porque os gases de efeito estufa, como o CO2, são os principais contribuintes para as mudanças climáticas. Para se ter uma ideia, quando os níveis de CO2 atingiram seus maiores índices pela última vez, a temperatura média global subiu de 2º a 3º C, em média, relacionado à era pré-industrial. Mas, não só isso! 

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O nível do mar também subiu de 15 a 25 metros. A explicação para o problema continua. Quando aquecidas pelo sol, as superfícies terrestres e oceânicas irradiam calor continuamente. Consequentemente, os gases de efeito estufa, como CO2, metano e óxido nitroso, absorvem esse calor e o liberam gradativamente, ao longo do tempo.

Em níveis normais, esse efeito estufa é um processo natural e necessário, pois sem ele, o planeta seria muito frio para suportar a vida. No entanto, o rápido aumento nos níveis de CO2 causa o desequilíbrio, visto que muito calor é retido e, consequentemente, causa aumento nas temperaturas globais.

Transporte, energia e indústria são os principais responsáveis

Não duvide quando especialistas apontam a queima de combustíveis fósseis como a maior responsável pelo aumento da emissão de gases de efeito estufa. A queima destinada à produção de transporte, energia e indústria responde a quase 80% de emissões só nos Estados Unidos. Imagine no mundo todo! 

Residências e empresas respondem por 11%, principalmente pelo uso de aquecedores e ar condicionado. E aí, estamos em um ciclo, pois quanto mais alterações climáticas, maior o uso destes equipamentos.  A agricultura, em especial, os pastos para gado de corte, contribui com  9%. 

A temperatura continuará subindo

Você já percebeu que sente mais calor hoje do que sentia, em determinadas épocas do ano, quando era criança? Isso acontece porque, nos últimos anos, experimentamos temperaturas globais cada vez mais altas, se considerarmos os últimos 138 anos como referência. 

Desde 1901, a superfície do planeta aqueceu 0,9°C por século, taxa que subiu, desde 1975, para variações de 1,5ºC a 1,8°C. Pode até não parecer muito, mas pense na imensidão do planeta, bem como na capacidade de calor dos oceanos! É preciso uma quantidade inimaginável de energia térmica para aumentar a temperatura da superfície da Terra.

Logo, é possível concluir que o planeta vem recebendo energia térmica a uma taxa equivalente a detonar quatro bombas atômicas de Hiroshima por segundo.

A vida selvagem será afetada

Aqui, veremos que criaturas inocentes serão seriamente afetadas pela ação humana. A vida selvagem sofrerá um enorme impacto com o calor crescente. Aliás, a mudança climática já colocou em risco grande parte de espécies animais, o que pode piorar nos próximos anos, levando à ameaça de ecossistemas inteiros.

Quer um exemplo? Nas regiões polares, as temperaturas têm registrado o dobro de aumento que em outras áreas do planeta. Como os oceanos aquecem, o gelo glacial derrete e, consequentemente, os animais endêmicos perdem seus habitats e, pior, o suprimento de alimentos. 

Ainda que as mudanças apontadas no Ártico e na Antártida sejam os exemplos mais extremos, servem apenas de alerta para o que virá no resto do planeta. Os humanos podem até se adaptar, mas muitos animais só sobrevivem em seu habitat. Logo, ou se ajustam rapidamente ou são levados à extinção. 

Secas e enchentes serão cada vez mais frequentes

O aquecimento da Terra resulta em fatores climáticos extremos. O primeiro sinal das temperaturas mais altas são as ondas de calor e secas, mas não param por aí. O ar mais quente contém mais vapor de água, o que significa que regiões livres de seca sofrerão com índices pluviométricos intensos, neve e granizo.

Ainda, o ar mais quente também retém mais energia, ou seja, ventos mais fortes e tempestades mais devastadoras. Justamente o que assistimos aqui, do nosso lado, com as chuvas intensas nas regiões Sudeste e Bahia.

Os mitos sobre a mudança climática

O CO2 é bom para as plantas

Não existe engano maior! Os negacionistas das mudanças climáticas afirmam que o dióxido de carbono atmosférico é bom para as plantas. Trata-se, entretanto, de uma afirmação simplista que parte do pressuposto de que, como as plantas respiram CO2, a emissão do gás seria melhor para o cultivo.

Ledo engano! Ainda que o crescimento das plantas tenha realmente aumentado nas décadas de 80 e 90, essa tendência parece diminuir. Com o aumento de CO2, também temos temperaturas mais altas e mudanças que podem prejudicar a vida das plantas. Mesmo que elas precisem de dióxido de carbono para viver, precisam de água. 

Como as secas estão se tornando mais comuns e severas, o aumento de CO2 na atmosfera está, na verdade, prejudicando a vida das plantas.

As mudanças climáticas não podem ser atribuídas ao homem

De fato, a Terra passou por mudanças climáticas substanciais ao longo dos milênios, como a própria era do gelo. Afirmação bem atrativa para os céticos de plantão, não é? Porém, a mudança climática que atravessamos hoje não é um processo natural, a exemplo das dinâmicas pelas quais o planeta passou ao longo de 4 bilhões de anos.

Acreditar que a atividade humana não afeta o clima é conveniente porque acarreta mantermos esse comportamento destrutivo que adotamos há séculos. No entanto, nem é preciso uma análise mais aprofundada para perceber, claramente, que os gases de efeito estufa criados pelo homem são de fato os culpados. 

Causas naturais, como flutuações na órbita da Terra, variações na temperatura do Sol e atividade vulcânica não explicam o rápido aumento das temperaturas globais. A atividade humana libera 100 vezes mais CO2 na atmosfera do que o vulcanismo, por exemplo. 

Fontes de energia limpa são caras e pouco confiáveis

A indústria de energia, como já vimos, é a que mais contribui para a emissão de gases de efeito estufa. Adotar fontes de energia limpas e renováveis, como a solar, eólica e hidrelétrica, é fundamental para nossa sobrevivência e avanço como espécie. E não, elas não são caras ou pouco confiáveis.

Os avanços na tecnologia de energia limpa fazem com que estas fontes sejam, na verdade, mais baratas e confiáveis. O fato é que essa afirmação toma por base os custos iniciais na instalação, por exemplo, de captadores da energia solar que, por vezes, são maiores que as fontes de energia convencional. Porém, a economia substancial se vê a longo prazo. 

Ok, já vimos o que são mitos e verdades sobre o aquecimento global, além do impacto na mudança climática. Mas, como podemos ajudar? Com pequenas atitudes diárias, como caminhar em vez de dirigir, consumir menos carne, apoiar o consumo sustentável. Seu bolso e o meio ambiente agradecem!