17 Doces típicos do Nordeste para comer rezando!

O escritor Paulo Coelho, em uma crônica de 2007, contou a história de um mestre e seu discípulo que discutiam como chegar a Deus através da comida. Ainda que a história tenha outra moral e condução, o mestre com certeza diria, ao seu aprendiz, que a comida que o aproximaria de Deus viria do Nordeste brasileiro se tivesse provado, pelo menos, um de seus doces típicos!

Forte e influenciada por condições geográficas, econômicas e culturais diversas, a culinária nordestina se caracteriza pelos temperos marcantes e ingredientes muito singulares. A região formada por nove estados carrega, em seus pratos, a herança indiscutível dos africanos escravizados e europeus colonizadores. Seus doces trazem muito dessa história e resultam em sabores que fazem qualquer comer de joelhos! 

Vamos conferir agora 17 doces típicos do Nordeste, que vão te deixar com água na boca!

Doces Típicos do Nordeste

Mugunzá

“Milho verde virou mungunzá, do sabugo virei visconde”. E, foi assim que Lenine eternizou o amado personagem Visconde de Sabugosa no “Sítio do Picapau Amarelo”. Canjica para os moradores das regiões Sul e Sudeste do Brasil, mungunzá para os nordestinos, o doce é feito à base de milho e leite. Sem esta iguaria, simplesmente não existe Festa Junina, por isso, é um dos doces tradicionais mais consumidos nesta época do ano. E, em outras também, por que não? 

Pudim de Tapioca

Coco, muito coco, nessa receita que surpreende quem a julga pelos olhos! O doce é feito à base de leite de coco, coco para a massa, tapioca e…. mais coco ralado para enfeitar! Aparentemente simples, o pudim de tapioca tem um sabor tão marcante e irresistível que faz qualquer um se apaixonar na primeira prova! Mais vantagens? É fácil de fazer e não carrega tantas calorias quanto os pudins convencionais. 

Torta Búlgara

O nome pode até ser europeu, mas a torta búlgara tem suas origens lá na terra dos orixás, a Bahia de todos os santos e comidas maravilhosas! A receita é simples e leva apenas chocolate em pó, manteiga, açúcar refinado e leite. 

A sobremesa é sempre servida na companhia de creme de leite, resultando na combinação tentadora de texturas. Infelizmente, a torta búlgara não é tão conhecida nos demais cantos do país. Azar de quem não mora no Nordeste porque, por lá, é o doce mais encontrado nas mesas do almoço de domingo em família.

Sequilho com doce de leite

Um doce que derrete na boca, combinando o sequilho com doce de leite. Esta é a descrição exata do sequilho com doce de leite! Sobremesa perfeita após a refeição, também cai bem com o cafezinho da tarde em qualquer canto do Nordeste. “Ah, mas eu já provei o sequilho na padaria aqui da rua”! Se não tiver provado em uma padaria do Nordeste, pode esquecer porque o doce que você provou dificilmente terá o mesmo sabor! 

Bolo de Rolo

Verdadeiro patrimônio cultural e imaterial de Pernambuco, o bolo de rolo é a tradição revestida de massa molinha recheada com doce de goiaba. Visitar o estado e sair de lá sem provar ou trazer um pouco dessa delícia na mala é impossível! 

Pamonha doce

A pamonha doce é feita de milho, assim como aquelas que a gente prova nas pamonharias de Goiás. Só que, no Nordeste, a receita leva um toque de coco (claro!) e leite condensado, dá para acreditar? Obviamente, você não vai comer um pedacinho só e nem provar uma vez na vida! 

Doce de Banana com creme de leite

Ah, os baianos, sempre nos presenteando com delícias, não é mesmo? Este docinho simples e delicioso pode matar a saudade de quem visita esta terra maravilhosa porque dá para fazer em casa! Se o sabor vai ser o mesmo, aí já não podemos garantir! 

Cocada

Mais uma tradição nordestina espalhada Brasil afora, a verdadeira cocada é feita à base de coco fresco ralado, açúcar e água. Criativos como são, os nordestinos sempre dão uma incrementada no doce, adicionando rapadura, leite de coco e polpa de frutas. 

Bolo de Aipim

Não sabemos como você chama esse alimento aí no seu estado, mas o que interessa é que a mandioca, aipi, aipim, castelinha, uaipi ou macaxeira dá origem a um doce maravilhoso – o bolo de aipim! Prove e esqueça qualquer tipo de desavença em virtude do nome da mandioca ou aipim!  

Banana frita com canela

Olha a banana aqui de novo, desta vez, frita com canela! Simples, a sobremesa presente no cotidiano do nordestino é totalmente possível de ser reproduzida em casa. 

Caju em calda

Na região onde está o maior cajueiro do mundo, não haveria de faltar uma sobremesa a base de caju, certo? O caju em calda é o ingrediente básico do doce, mas mais uma vez, a criatividade fala mais alto, possibilitando trocá-lo por manga, cajá ou qualquer outra fruta colhida por lá! 

Pé de moleque

Mais um doce perfeito para as festas juninas, o pé de moleque é feito com amendoim e rapadura. Repense sua vida e sua dieta se você nunca provou esse doce! 

Cartola

Sobremesa agridoce que junta três ingredientes que constituem a trindade da gastronomia brasileira: queijo coalho, canela e banana! O resultado dispensa comentários! 

Rapadura

Levante a mão quem nunca provou uma rapadura na vida! A sobremesa mais antiga e tradicional do Nordeste tem receita originada ainda no século XVI. Feito à base de cana-de-açúcar, não é tão fácil de ser preparada em casa, mas pode ser adquirida em qualquer supermercado, feira ou casa especializada. 

Geléia de Umbu

Verão é época de umbu no Nordeste do Brasil, então, dá para procurar o umbuzeiro, árvore frondosa com copa que dá uma bela sombra. O doce de umbu é facilmente encontrado em feiras livres, especialmente na Bahia. O doce de corte é feito a partir da raiz do umbuzeiro, batata que conserva bastante água. A partir do umbu, também é possível fazer a geléia, tendo como resultado um sabor doce com azedinho no final. 

Lelê (Doce de canjiquinha)

Lelê, muxá ou quirera dengosa…independente do nome, o doce feito com canjiquinha, leite e coco fica uma delícia! Outra maravilha típica excelente para servir em festas juninas ou julinas. 

Bolo Souza Leão

Outra divindade da gastronomia nordestina, o bolo Souza Leão é um dos mais antigos de Pernambuco. Também reconhecido como Patrimônio Cultural e Imaterial do estado, é uma verdadeira lenda da doçaria brasileira. 

O bolo tem suas origens na aristocracia da família Souza Leão (daí, seu nome), dona de extensos canaviais pernambucanos. Para se ter uma ideia do quanto o doce é antigo, o bolo tem mais de 140 anos! A receita leva ovos, mandioca, leite de coco, manteiga e açúcar. Ah, e uma curiosidade: a tradição da família reza que o bolo Souza Leão deveria ser servido em pratos de porcelana e cristal.