Como funciona a gorjeta pelo mundo – saiba antes de embarcar!

Cada país enxerga o pagamento de gorjetas pelos serviços prestados de formas diferentes e é importante conhecê-lo para evitar constrangimentos.

Gorjeta é a quantia paga a alguém suplementando ao preço devido pela prestação de serviço. No Brasil, já é de praxe acrescentar os 10% da taxa de serviço ao valor final da conta em bares e restaurantes, o que, de fato, não é considerado uma gorjeta. Mas, como funciona a gorjeta pelo mundo? Como os outros países trabalham com o pagamento desta taxa? E existem países onde dar gorjeta é falta de educação

O termo tip (to insure promptitude) é garantir a prontidão no serviço. A prática nasceu nas tabernas inglesas do século XVII quando consumidores deixavam, de forma discreta, dinheiro para os garçons querendo maior agilidade. O hábito de dar gorjetas também era um costume aristocrático que determinava a classe social e nível de estudo nos Pubs. Com o tempo, a prática foi sendo disseminada entre outros países. 

A questão da gorjeta costuma causar certa polêmica, pois alguns países a consideram como item obrigatório em restaurantes, táxi e hotéis. Nos Estados Unidos, por exemplo, o valor pago constitui importante fonte de renda para os trabalhadores destes estabelecimentos. Por outro lado, no Japão, o pagamento da gorjeta pode ser considerado ofensivo. Outro ponto que gera questionamento é a porcentagem a ser paga. 

Por isso, antes de viajar, é importante dar uma pesquisada sobre como funciona a questão da gorjeta no país para onde vai. Como cada nação tem seus próprios costumes, as gorjetas também são vistas de formas distintas. O valor também pode variar conforme a qualidade do serviço prestado e, ainda, entre táxis, restaurantes, bares e hotéis. 

Veja como a gorjeta é aplicada nos países mais visitados para não ser pego de surpresa!

Gorjeta nos Estados Unidos

A gorjeta nos EUA é praticamente obrigatória, considerando que integra o salário dos garçons, garçonetes, taxistas e mensageiros de hotéis. Por vezes, o valor a ser pago até pode ser indicado na própria conta ou em placas disponibilizadas nos estabelecimento. Via de regra, aplica-se o seguinte:

  • Restaurantes: 10% a 20%, dependendo do nível de atendimento 
  • Bares: US$ 1 por bebida
  • Hotéis: US$ 1 ou US$ 2 por mala. Caso o mensageiro chame um táxi, é interessante pagar US$ 5 pela gentileza. O serviço de limpeza leva US$ 5 por noite de hospedagem. 
  • Taxistas: 20% sobre o valor da corrida

Gorjeta na Europa

Os restaurantes europeus costumam inserir a taxa de serviço nos preços, mas é conveniente tirar essa dúvida antes de pagar a conta. Quando o cliente recebe atendimento satisfatório, é opcional pagar pela gorjeta, sendo o arredondamento da conta a prática mais usual. Porém, nos países nos quais a gorjeta não é inclusa, é necessário deixar a porcentagem por fora. Veja como funciona:

  • Espanha e Portugal: quanto mais turística a cidade, mais comum é o pagamento de gorjeta. É bom atentar-se de que o valor não é incluído na conta (o IVA indicado é um imposto, não taxa de serviço). Cafés e restaurantes mais descontraídos não estipulam um valor fixo, enquanto estabelecimentos requintados trabalham com 10% de gorjeta. Alguns euros são suficientes para carregadores de malas ou serviço de quarto. 
  • Itália: a gorjeta na Itália depende muito da cidade visitada. Boa parte delas não a exige, contudo, em Roma, Veneza e Florença a prática é frequente. Se houver o valor de “servizio” indicado, não é esperado nenhum pagamento adicional. Alguns euros ou arredondar a conta para cima é o suficiente para carregadores e taxistas. 
  • França: a gorjeta na França não é obrigatória, especialmente se a expressão service cumpris for indicada. Porém, é interessante deixar moedas na mesa ou dizer gardez la monnaie, ou seja, “fique com o troco” se gostar do atendimento.
  • Holanda: normalmente, a conta já vem acrescida de 5%, mas é opcional deixar mais 5% ou, ainda, algumas moedas no fooienpot, ou “pote de gorjetas” colocado no balcão. 
  • Inglaterra: para pagar gorjeta em Londres, o mais comum é arredondar a conta ou deixar uma pequena quantidade de libras. Muitos restaurantes incluem também a mensagem discretionary 12.5% gratuity will be added to your bill, isto é, o valor opcional de 12,5%. 

Gorjeta na América Latina

Nem todos os países da América do Sul incluem a taxa de serviço na conta. A gorjeta na Argentina, por exemplo, é de 10% em bares e restaurantes, 25 pesos argentinos nos hotéis, além de deixar o troco para os taxistas. No México, é recomendado deixar de 10% a 15% nos restaurantes, 6 pesos mexicanos para taxistas que ajudam a carregar malas, 20 pesos para limpeza nos hotéis, além de 10 a 20 pesos por mala para carregadores. 

A gorjeta no Chile não é obrigatória, mas não pagá-la pode significar deselegância. Por isso, acrescente 10% ao valor quando for pagar a conta. No Uruguai, é voluntário oferecer de 5% a 10%. No Peru, existe uma taxa de serviço cobrada nas contas, portanto, a gorjeta é voluntária. 

Como é a gorjeta na Ásia?

Os orientais enxergam o costume da gorjeta de forma diferente. Em Hong Kong, ainda que a prática não seja obrigatória, é de bom tom dar gorjetas aos guias turísticos. Os restaurantes cobram 10% na taxa de serviço, mas garanta que o garçom realmente receba pelo bom atendimento deixando para ele alguns dólares. Na cidade, é normal pagar US$ 20 para carregadores de malas nos hotéis e algumas moedas para os taxistas. 

A gorjeta no Japão é assunto um pouco mais delicado, pois pode ser considerada algo ofensivo por alguns. No país, considera-se que o valor fixo é o suficiente pela prestação de um bom serviço, o que dispensa qualquer adicional. Vale ressaltar ainda que na China, a gorjeta até não é ofensiva, mas pode ser recusada, enquanto, no caso dos sul coreanos, os motoristas particulares e guias de turismo são exceção, pois geralmente esperam receber um valor a mais pelo serviço (US$ 10 a US$ 20). Para os demais serviços sul coreanos, de maneira geral, dar gorjeta não é adequado.

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