História e curiosidades sobre Machu Picchu, a cidade perdida dos Incas
Um dos destinos mais visitados na América Latina, as ruínas de Machu Picchu mexem com o imaginário dos visitantes.
Machu Picchu, a “cidade perdida dos Incas”, é um daqueles lugares que desafiam pesquisadores e estudiosos. Localizada próximo a Águas Calientes, no Peru, tem localização privilegiada e história única. O que mais intriga acerca da história e curiosidades sobre Machu Picchu é a forma como foi construída, entregando a genialidade arquitetônica dos povos pré-colombianos.
O nome Machu Picchu (velha montanha) vem da montanha onde está localizada e que, curiosamente, nunca aparece nas fotos mais populares. Pelo contrário, aquela que todos conhecem se chama Huayna Picchu e é nela que estão as famosas ruínas. Porém, ambas compõem uma grande formação orográfica, conhecida como Batolito de Vilcabamba.
Os Incas sempre respeitaram e adoraram a Pachamama, ou seja, a mãe natureza, agradecendo por tudo o que dela conseguiam. Tal adoração pode ser vista pelos diversos altares erguidos em homenagem às montanhas. Para se ter uma ideia, os incas esculpiam as rochas representando o formato que viam na paisagem e a semelhança impressiona. Provavelmente, esse é o motivo pelo qual a cidade tem tantas energias especiais.
Machu Picchu foi escolhida como uma das Sete Maravilhas do Mundo pela Unesco, em 2005. Os motivos são óbvios! Um dos destinos mais procurados para o autoconhecimento reserva histórias e curiosidades que atravessam gerações, junto às montanhas, natureza, céu e arquitetura de pedras. A seguir, você conhecerá apenas algumas delas. O resto você precisará ver pessoalmente!
História de Machu Picchu
Os Incas dominaram um enorme território que se estendia até Colômbia, Bolívia, Equador, Chile e Argentina. O maior império americano da época tinha como capital a cidade de Cusco.
Os Incas eram governados pelo imperador “Sapan Inka”, que representava o deus Sol, além de um estado chamado Tawantinsuyo. A palavra vem do Quéchua e se refere à divisão do território em quatro estados (nordeste, noroeste, sudeste e sudoeste). A disposição de todos eles mantinha Cusco localizada em seu centro.
Bem, a cidadela de Machu Picchu foi construída no século XV e, em razão da localização e características, era mais uma fortaleza do que propriamente um santuário. Ainda não há consenso sobre o que motivou a obra, mas uma das hipóteses é a de que Machu Picchu seria uma das residências de descanso do Sapan Inka Pachacutec.
Contudo, há evidências de que a cidadela tenha sido usada como santuário religioso. Uma delas é o fato de restos mortais femininos terem sido encontrados em escavações. Isso reforça uma possível função cerimonial para a construção, uma vez que as mulheres poderiam ser dedicadas ao serviço de adoração e culto. Apesar da genialidade do povo Inca, sua história foi eternamente modificada em 1532.
A queda do povo Inca e a redescoberta de Machu Picchu
Com a ajuda de suas tropas, o espanhol Francisco Pizarro saqueou grande parte das riquezas, além de destruir templos e edifícios. Salvo Machu Picchu, que permaneceu oculta por mais de 200 anos.
A preservação da cidade ainda é uma incógnita, mas pesquisadores afirmam que, talvez, a distância, localização ou a ausência de tesouros ou objetos de grande valor tenham tirado o interesse dos conquistadores.
O anonimato durou bastante tempo e também há controvérsias sobre como ele acabou. A teoria mais aceita é do explorador norte-americano Hiram Bingham que, em 1911, decidiu descobrir se havia mesmo uma cidade perdida dos Incas.
O professor da Universidade de Yale, então, saiu em busca da verdade e, com a ajuda de um camponês e uma criança locais, acabou encontrando o que, de fato, nunca foi perdido para os nativos.
Quando o norte-americano chegou por lá, Machu Picchu era habitada por uma família de agricultores que produziam para subsistência. Como o lugar estava tomado pelo mato e guardava muitas serpentes, o grupo ateou fogo na mata para acelerar as escavações.
Quando foi redescoberta, apenas 30% da cidade tinha estruturas intactas, mas ainda hoje trabalhos de reconstruções são realizados em todo o sítio arqueológico.
Disputa pelos tesouros de Machu Picchu
Mesmo que a curiosidade de Bingham tenha nos presenteado com uma das maravilhas do mundo, suas intenções podem ter sido outras! Há quem diga que, na verdade, o explorador buscava a mítica cidade de ouro chamada de Paititi.
O fato é que o professor acabou se apropriando de algumas relíquias de Machu Picchu, gerando um tremendo mal estar entre a Universidade de Yale e o governo peruano.
“Algumas” é um eufemismo, uma vez que foram levadas jóias, cerâmicas e até restos humanos para uma exposição itinerante nos Estados Unidos. Em 2008, o Peru abriu um processo contra a universidade de Yale a fim de recuperar o material. Somente dois anos depois, os Estados Unidos devolveram parte das peças que, hoje, podem ser admiradas na Casa Concha, museu localizado no centro da cidade de Cusco.
Hiram Bingham encontrou Machu Picchu em 1911, porém não foi o único a subtrair bens preciosos. Aliás, nem foi o primeiro! Cinquenta anos antes, em 1860, o empresário Alemão Augusto Berns comprou uma permissão do governo peruano para extrair ouro e madeira da área. Enrique Palma, Gabino Sánchez e Agustín Lizárraga também estiveram na cidade Inca, mais precisamente no dia 14 de julho de 1901.
Como isso é sabido? Porque eles deixaram suas marcas em pedras e, ainda hoje, é possível ver suas assinaturas gravadas.
Atrações de Machu Picchu
Um dos aspectos mais intrigantes de Machu Picchu é a disposição e resistência de sua construção. A cidade está em uma região antissísmica estável, por isso, os terremotos que a abalaram apenas mostraram a eficiência das técnicas de engenharia empregadas. Os alicerces trazem um sistema de drenagem eficaz. Ademais, os blocos de pedra foram colocados uns sobre os outros, mantendo-se juntos, mesmo sem massa ou cimento.
Os encaixes dos blocos são tão perfeitos que, entre eles, não passa uma agulha. É importante destacar que a maior parte das construções de pedra tinha a finalidade de adoração, principalmente ao deus Sol.
O Intihuatana, por exemplo, é formado por quatro lados que representam os quatro “suyos” (estados do império) ou pontos cardeais. Também era um tipo de calendário solar para determinar com exatidão os solstícios e equinócios.
Existem, naquela imensidão de ruínas e montanhas, atrações importantes para destacar, sendo elas:
» Templo do Sol: apresenta uma janela alinhada ao solstício de verão, enquanto outras três janelas projetam as montanhas sagradas. São aquelas que rodeiam Machu Picchu e simbolizam a trilogia andina, isto é, o céu (vida espiritual), a terra (vida mundana) e o inframundo (vida inferior).
» Templo do Condor: a ave representa fertilidade e produção, uma vez que, segundo a crença, quando o condor movia suas asas, agrupava nuvens e, consequentemente, atraía chuva para a agricultura.
» Templo das Três Janelas: disposto em frente à esplanada principal de Machu Picchu, onde se realizavam grandes cerimônias.
» Huayna Picchu: acesso controlado e como limite máximo permitido de 400 visitantes por dia. Também existem horários específicos para a entrada, mas cada controle vale a pena. Na parte superior da montanha, está a Grande Caverna, ou Templo da Lua. Incrustado na rocha, se encontra a 2.050 metros de altitude e sediava cerimônias e rituais relacionados à mumificação.
Curiosidades sobre Machu Picchu
E então, o que achou das histórias e curiosidades sobre Machu Picchu? Também tem curiosidade de descobrir os mistérios da cidade perdida? Siga com a gente e saiba mais sobre outros destinos pelo mundo!