Oito festas típicas da Região Norte do Brasil
A região Norte apresenta suas manifestações culturais em festas para lá de simbólicas, carregando as heranças de diversos povos.
A imagem dos milhares de fiéis em procissão na homenagem à Nossa Senhora de Nazaré ocupa a maior parte dos noticiários no mês de outubro. E quem nunca assistiu às cores e movimentos marcantes do boi bumbá? Estes são dois representantes de oito festas típicas da Região Norte que merecem cada dia de viagem por lá!
Heranças africanas, indígenas e européias compõem as diversas manifestações culturais dos estados da região Norte. Além disso, muitas cores, sons e simbolismo nas diferentes festas populares da região norte traduzem muito da cultura dos estados que a compõem, como será visto adiante.
Festas Típicas da Região Norte do Brasil
Círio de Nazaré, Pará
A manifestação da fé é sempre emocionante e poucas festas religiosas no mundo simbolizam isso como o Círio de Nazaré, em Belém do Pará. Realizada no segundo domingo de outubro, a homenagem à Nossa Senhora de Nazaré acontece desde 1793 e leva milhares de pessoas em procissão desde a Catedral Metropolitana até a Basílica de Nazaré.
E, quando falamos em milhares de pessoas, não estamos brincando! São cerca de 2 milhões de fiéis, todos os anos! É tanta gente que a cidade fica lotada, assim como os municípios vizinhos! A festa movimenta intensamente o turismo local, trazendo turistas do mundo inteiro. Mas, os brasileiros ainda ocupam o primeiro lugar no posto de visitantes, seguidos por Guiana Francesa e França.
Quadrilha, Pará
Festa herdada dos colonizadores europeus, a quadrilha foi absorvida pelo povo brasileiro e transformado de acordo com sua própria cultura. Ao redor da fogueira, os dançarinos cantam sobre os costumes adquiridos pela sabedoria do povo, adaptando a dança praticada pelos nobres ingleses do século XV.
Cavalhadas, Tocantins
A eterna luta entre mouros e cristão é o mote das Cavalhadas, festa religiosa realizada na cidade de Taguatinga, no Tocantins. A celebração acontece desde 1937 e representada a batalha travada ainda no século VIII. Colorida, as Cavalhadas triunfam em reunir religião e folclore, atraindo turistas brasileiros e estrangeiros. Normalmente, acontece nos dias 12 e 13 de agosto, durante a festa de Nossa Senhora da Abadia.
O ritual começa com os cavalheiros sendo abençoados pelo sacerdote para, depois, seguir à entrega das lanças usadas nos treinamentos para a batalha ao imperador. O ato simboliza o preparo para o louvor à Nossa Senhora da Abadia, bem como a honra ao imperador.
Jerusalém da Amazônia
A cidade de Jerusalém, a 21km de Porto Velho, sedia a segunda maior encenação da Paixão de Cristo no Brasil, perdendo apenas para Recife. Normalmente, é encenada na segunda quinzena de maio na BR-164, sentido Cuiabá, no intuito de não coincidir com o calendário de outras festas do Estado.
Festival de Parintins, Amazonas
Quem nunca ouviu falar no famoso duelo entre o Boi Garantido e o Boi Caprichoso? O confronto de três horas que envolve tantos torcedores quanto uma final de Fla x Flu é o ponto alto do Festival Folclórico de Parintins, no Amazonas. A festa dura três dias e conta histórias, hábitos e ritos dos nativos, além de moradores locais encenados no Bumbódromo.
A celebração debutou em 1964 e, desde então, acontece no último final de semana do mês de junho. De fato, o Festival de Parintins é a festa que melhor representa o boi bumbá, variação do bumba meu boi, uma das manifestações populares mais antigas do Brasil. A festa foi introduzida pelos europeus e é a primeira expressão do teatro popular nacional.
Festa do Divino Espírito Santo, Rondônia
A Festa do Divino Espírito Santo tem origens portuguesas e tem grande significado para os cristãos. São 40 dias de festa, cinco deles com festejos. Ao longo desse período, uma procissão passa por diferentes localidades levando donativos e símbolos sagrados aos fiéis.
Congo ou Congada
O congo ou congada é uma manifestação cultural nascida na África que carrega, também, influências ibéricas. Tem-se registros do congo em terras lisboetas entre 1840 e 1850, tendo como principal elemento a representação da coroação dos reis eleitos pelos escravos, além da chegada da embaixada. Origina-se, aí, a luta entre os partidos do rei e do embaixador. Segundo a manifestação, o rei sai como vencedor e perdoa o embaixador, finalizando a encenação com o batizado dos infiéis.
Ciclo do Marabaixo, Amapá
O marabaixo é uma festa criada pelos escravos negros em homenagem ao Divino Espírito Santo durante a construção da Fortaleza de São José, ainda no século XVIII. O ciclo de Marabaixo é composto por várias festas católicas populares realizadas em comunidades negras da região metropolitana da capital.
A festa começa no domingo de Páscoa e segue por meses, tendo como ponto alto o começo de novembro. É quando acontece o Encontro dos Tambores, em Macapá, quando os moradores cantam e dançam, por quatro dias, embalados por uma bebida chamada de gengibirra, preparada com gengibre ralado, cachaça e açúcar.