15 fatos importantes sobre Tiahuanaco, na Bolívia

Um dos sítios arqueológicos mais importantes da América do Sul é parada obrigatória dos amantes de História.

A América do Sul, inegavelmente, tem legado histórico de suma importância, graças às civilizações que, de fato, descobriram o território antes dos europeus. Monumentos e cidadelas famosas, como Machu Picchu, impressionam em virtude das habilidades demonstradas pelos povos maias, incas, astecas e indígenas brasileiros. Na Bolívia, inclusive, fatos históricos sobre Tiahuanaco mostram que o continente é o destino perfeito para os amantes da história antiga. 

Panorâmica do Templo de Kalasasaya, nas ruínas de Tiahuanaco
Panorâmica do Templo de Kalasasaya, nas ruínas de Tiahuanaco (Pavel Špindler, CC BY 3.0, via Wikimedia Commons)

Localizadas próximo ao Lago Titicaca, as ruínas de Tiahuanaco, ou Tiwanaku, conservam, a quase 3 mil metros de altitude, os restos de uma cidade abandonada. A vila teria sido fundada há, nada menos, que 20 mil anos e já foi chamada de berço da civilização americana. Mas, também, já fez surgir mitos e teorias acerca de sua fundação. Seria uma criação de extraterrestres? 

Fatos e curiosidades sobre Tiahuanaco

A cidade foi criada antes da chegada dos incas

O povo Tiwanaku chegou ao território por volta de 200 a.C, ou seja, antes mesmo do povo Inca. Lá, construíram seus assentamentos que, posteriormente, viraram uma grande cidade para os padrões da época. 

Durou mais do que qualquer cidade Inca

Registros mostram que Tiwanaku foi habitada por 1.200 anos, entrando em declínio somente 1000 d.C. Isso é mais do que a duração de qualquer sítio Inca e, também, boa parte das civilizações antigas em todo o mundo. 

Nenhum morador sobreviveu

O motivo do desaparecimento do povo Tiwanaku foi uma terrível seca que assolou a região em 900 d.C. A crença é de que a estiagem tenha durado várias gerações, impactando seriamente a agricultura. Consequentemente, ou os moradores se mudaram ou morreram, dando fim à cidade 1000 d.C. 

A região já foi ocupada pelo império Inca

Os incas expandiram seu território por todo o continente e, inevitavelmente, chegaram a Tiwanaku no século XV. Porém, encontraram somente as ruínas e, lá, marcaram território fincando as cabeças dos chefes locais em estacas. 

A tecnologia Tiwanaku impressiona

Mestres em agricultura, o povo Tiwanaku construiu elaborados sistemas de irrigação com o objetivo de extrair água do lago Titicaca. Além disso, eram astrônomos experientes que desenvolveram uma compreensão aguda sobre o sol, a lua e as estrelas. Outra habilidade notória é a de esculpir, como o Monólito Bennett. 

Monolito Bennett, em Tiahuanaco, na Bolívia
Monolito Bennett

Importância de Tiwanaku para os Andes

Durante seu auge, no final do século VIII, Tiwanaku foi o centro urbano mais significativo de todo o sul dos Andes. A sua influência se estendia até o norte da atual Argentina, Chile e Peru. Ainda, foi extremamente habitada. Ainda que haja algumas controvérsias, estimativas dão conta de que a população de Tiwanaku pode ter atingido 70.000 pessoas.

Muitas incógnitas permeiam a cidade

Como o povo Tiwanaku nunca teve uma linguagem escrita e, também, grande parte da região não foi escavada, a cidade segue envolta em mistério. Por exemplo, ninguém tem certeza de como eles poderiam ter movido as rochas gigantescas de 25 toneladas que são a base das construções. 

Templo de Kalasasaya, em Tiahuanaco, na Bolívia
Templo de Kalasasaya, em Tiahuanaco (rodoluca, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons)

Os aimarás ainda comemoram o ano novo lá

Os indígenas aimarás, da Bolívia, são descendentes dos Tiwanaku. Ainda hoje, usam as ruínas como cenário de uma luxuosa celebração de Ano Novo no dia 24 de junho. Vestidos com roupas andinas tradicionais, os foliões mascam folhas de coca e bebem singani antes de subir ao pico do templo ao amanhecer para receber os primeiros raios do ano novo.

Tem o calendário mais antigo do mundo

Entre as ruínas de Tiwanaku, está a Porta do Sol, o calendário mais antigo e preciso do mundo. Situada na plataforma de Kalasasaya, é o monumento mais conhecido da cidade, mesmo que não tenha sido finalizado. 

Porta do Sol, nas ruínas de Tiahuanaco, na Bolívia
Porta do Sol, nas ruínas de Tiahuanaco

A estrutura de 44 toneladas foi esculpida em apenas um bloco de andesita, um tipo de rocha vulcânica. O monolito Ponce, por sua vez, é uma escultura repleta de baixos-relevos, decorada com animais e que representa o sacerdote da cultura Tiwanaku.

Oferendas eram jogadas no lago Titicaca

Pesquisadores da Universidade de Oxford encontraram, em 2019, itens usados como oferenda em rituais para divindades. Ornamentos em ouro e prata, lhamas sacrificadas e incensos foram descobertos no Lago Titicaca e, supostamente, foram jogados de forma proposital pelos Tiwanaku. 

A incógnita de Puma Punku

O complexo de Puma Punku, com seus templos e monumentos, faz parte de Tiwanaku. Suas estruturas superam até mesmo o trabalho dos astecas e também causam curiosidade. 

O complexo de Puma Punku, em Tiahuanaco, na Bolívia
O complexo de Puma Punku (Benjamin Burga, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons)

A principal pergunta é como os blocos de pedra, que pesam toneladas, foram colocados ali. Nenhuma, possui quaisquer marcas de cinzel e algumas são feitas do arenito originário de um local a 10 quilômetros de distância. Outra, cujo material é o andesito, pode ter sido levada por 50 quilômetros.

Esse mistério lembra muitos o que envolve o famoso monumento de Stonehenge, sobre o qual você pode aprender mais aqui: História e curiosidades sobre Stonehenge, construção do Neolítico.

Pedro Cieza de León e Tiwanaku no mapa

O conquistador espanhol Pedro Cieza de León foi o responsável pelos primeiros registros de Tiwanaku. Em 1549, ele se deparou com as ruínas, catalogando muitas delas. 

Localização privilegiada

A localização de Tiwanaku, mais precisamente na bacia hidrográfica do Titicaca, é uma das mais férteis do planeta. Por isso, o povo tinha acesso a recursos fundamentais como peixes, pássaros selvagens, plantas e pastagens para lhamas. 

Significado do nome Tiwanaku

O nome “Tiwanaku” tem origem incerta, visto que não há registros escritos sobre a cultura daquele povo. Contudo, especula-se que signifique “pedra no meio”, em alusão à crença de que a cidade ficaria no centro do mundo.

A cidade possuía estratificação social

Conforme a população cresceu, foram estruturados nichos ocupacionais nos quais cada membro realizava um ofício. Cabia à elite do império suprir todas as necessidades da população.

Falando em elite, a mesma vivia dentro de quatro muralhas circundadas por um fosso que criava a imagem de uma “ilha sagrada”. O resto da população só tinha acesso ao local para propósitos cerimoniais.

Legal saber mais sobre as origens da América do Sul, não é mesmo? Para descobrir fatos e curiosidades de outros lugares, como o Castelo do Conde de Monte Cristo, continue navegando por nosso site! 

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