15 Danças típicas da Região Centro-Oeste para apreciar essa cultura

Composta por três estados mais o Distrito Federal, a região Centro-Oeste recebeu influência de migrantes de várias partes do país.

A região Centro-Oeste do Brasil, assim como nas demais do país, é dona de uma diversidade cultural riquíssima, graças à influência das culturas africanas, indígenas, sertaneja e de migrantes advindos dos diversos recantos brasileiros. Composta  pelos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal, tem nas 15 Danças típicas da Região Centro-Oeste alguns dos mais fortes traços de sua cultura. 

O último censo demográfico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) contabilizou população total de 14.058.094 habitantes. Em função das fronteiras geográficas com todas as outras regiões do Brasil, o Centro-Oeste reúne, em tanta gente, as mais variadas tradições culturais mergulhadas no folclore, sejam elas de cunho religioso, lendas, histórias, brincadeira populares ou homenagens. 

Entre tantos ritos, temos as danças típicas classificadas como expressões populares desenvolvidas tanto em conjunto como de forma individual. Sua prática não tem sazonalidade obrigatória e seu elemento definidor reside na coreografia. Existe, no Brasil, um grande número delas e, só no coração do país, são pelo menos 15 Danças típicas da Região Centro-Oeste que merecem ser conhecidas pela riqueza cultural que representam. 

Danças típicas da Região Centro-Oeste

O Brasil, país de cultura rica e diversificada, tem nas danças importante componente cultural. A gama de modalidades é enorme e, a partir de agora, conheceremos as principais representantes por estado da região Centro-Oeste. 

Goiás

Catira

A origem da catira ainida é desconhecida, mas a modalidade tipicamente goiana é um verdadeiro patrimônio da cultura sertaneja. Acredita-se que seus passos remetam à época dos bandeirantes, os primeiros a praticar o movimento padrão das batidas de pés e mãos. Diz-se que os tropeiros aproveitavam os momentos de descanso para arriscar os passos ritmados, razão pela qual era, majoritariamente, realizada por homens. 

No entanto, há quem diga que prática já existia antes mesmo da colonização, sendo habitual entre as tribos indígenas. O fato é que a catira deixou de ser exclusividade masculina e, cada vez mais, mulheres vêm dando verdadeiros show na dança que dispõe os praticantes de frente uns para os outros. Eles sapateiam enquanto batem palmas no ritmo da viola. 

Primeiro, o violeiro inicia a dança e os dançarinos executam um passo que consta em bater o pé e a mão, depois dar seis pulos. O violeiro entoa, então, a moda de viola e os dançarinos seguem com os passos que recebem os nomes de “Serra Abaixo” e “Serra Acima”. A catira só termina quando é executado um passo final chamado Recortado, quando as duas fileiras mudam de lugar. Aí, o violeiro passa de uma ponta à outra. 

Vilão

Dança de conjunto na qual os dançarinos são divididos entre batedores, balizadores, músicos, regente e o chefe do grupo, conforme sua função. Os primeiros, organizados em  semicírculo, são responsáveis por levar bastão de madeira usado para bater nos bastões carregados pelos outros dançarinos. Os movimentos seguem conforme o ritmo da música e o apito do regente. 

Os movimentos são bem rápidos e feitos em diversas coreografias. Há uma série deles, compreendidos em giros de corpo, volteios dos bastões, troca de lugares, finalizando com uma sequência de sete gestos muito rápidos, os “Cerradinhos”, constituídos pelas batidas pelos batedores agachados.

Tambor

Aqui, os dançarinos formam uma roda deixando uma pessoa no centro, o solista, enquanto todos cantam sob o ritmo do tambor. Os passos mais executados pelos dançarinos são a Jiquiaia, o Serrador e Negro Velho, nos quais os praticantes vão trocando de posição para que todos passem pelo centro da roda. O canto é coletivo e a coreografia é toda desenvolvida pelo solista, cuja troca no centro da roda é feita através da umbigada.

Marimbondo

O marimbondo é uma dança popular fácil e divertida, na qual o bailarino exibe suas habilidades de equilibrista, ao som de pandeiro e cuíca, enquanto os presentes acompanham os movimentos com muita algazarra. Seu fracasso é motivo de graça quem assiste. 


Mato Grosso

Siriri

Uma das danças mais antigas do estado, o siriri tem cunho religioso e pode ser dançado por homens, mulheres e crianças. As duplas dançam em rodas ou fileiras, ao som de instrumentos como o mocho, ganzá e a viola de cocho, instrumento regional reconhecido como patrimônio nacional. Primeiro, os homens cantam o “baixão” enquanto os demais batem palmas. Depois, homens e mulheres fazem reverências. 

Cururu

Dança de cunho religioso realizada por homens para homenagear os santos e citar passagens bíblicas, especialmente nas festas do Divino Espírito Santo. Também é comum que os praticantes comentem acontecimentos políticos e cumprimentem a população durante a dança. O cururu é dançado exclusivamente por homens embalados pela viola de cocho, reco-reco e ganzá. Como herança dos migrantes paulistas, é bastante comum haver o desafio dos repentistas.

Chorado

Dança tradicional originada no período colonial do Brasil, o chorado nasceu no município de Vila Bela de Santíssima Trindade, primeira capital do Mato Grosso. Seu nome remete ao triste choro dos escravos negros que pediam perdão aos senhores de engenho quando eram acusados de “atitudes transgressoras”. O ritmo é ditado pelas palmas dos participantes e toques em mesas, bancos ou tambores.

Congo

O congo, também conhecido como Congada, tem origem africana e segue como forte tradição nas cidades de Vila Bela da Santíssima Trindade e Nossa Senhora do Livramento. A dança representa o conflito em dois reinados africanos após o rei de Congo negar um pedido de casamento. Os personagens principais são um rei, um príncipe e um secretário de guerra. O congo é símbolo da devoção à São Benedito e representa a resistência dos negros. 

Rasqueado

O rasqueado é um ritmo musical originado a partir do siriri e da polca paraguaia, estilo criado no Paraguai, ainda no século XIX. O curioso nome vem do modo como os músicos usam as unhas para tocar os instrumentos de corda. No rasqueado, as apresentações seguem o tom da viola de cocho, mocho, adufe e ganzá. A eles, se juntam, ainda, violões, percussão, sanfona e rabeca.

Boi à Serra

O boi à serra é uma dança tradicional no interior do estado, especialmente nos festejos de carnaval. Feito por populares, boi tem sua estrutura construída com arames, tecidos, dentre outros materiais. Na dança, a pessoa que representa o boi sai pelas ruas brincando e dançando, levando-o nas costas.

Dança de São Gonçalo

Danças Típicas da Região Centro-Oeste: Dança de São Gonçalo
Dança de São Gonçalo (imagem: terrabrasileira.com.br)

Tradição na cidade de São Gonçalo Beira Rio, a Dança de São Gonçalo é uma homenagem ao santo protetor dos curandeiros, além de responsável pela cura de doenças ósseas. Trata-se de uma forma de agradecimento aos pedidos atendidos. Homens e mulheres, então, dançam em fileiras marcando passos com os pés e mãos. Os instrumentos musicais mais usados são o cocho e o ganzá.


Mato Grosso do Sul

Engenho de Maromba

O Engenho de Maromba é uma dança que lembra um valseado, além de imitar os passos dados no engenho de cana. Nela, homens e mulheres se dispõem em fileiras e rodam em sentido contrário. Costuma ser executado no fim das festas, já que os versos cantados têm entonação mais triste.

Sarandi

A sarandi ou cirandinha é uma dança caracterizada pelos dançarinos em pares que dão voltas, trocando de duplas. Quando todos os versos são cantados pelos homens da roda, a dança acaba.

Chupim

O chupim é uma dança similar à paraguaias em razão da fronteira com o país. Nela, três pares são embalados pelo som das castanholas, executando movimentos de tourear o par, dançar e rodar. Na coreografia, o homem imita as asas do pássaro que dá nome à dança, na tentativa de conquistar a fêmea. 

Polca de Carão

A Polca de Carão é classificada como dança de salão, na qual há uma brincadeira inserida no contexto. Cada um dos dançarinos deve ser esnobado pelo seu par, como um tipo de brincadeira. Todos devem passar pela mesma situação, até que a dança termine. 

E aí, gostou das danças típicas da Região Centro-Oeste? Conhece alguma que não esteja listada acima? Conte para a gente. 

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