Argolândia, o antigo continente descoberto após 155 milhões de anos

Um mergulho na história geológica e biodiversidade misteriosa do 'Argopélago'

Argolândia, um nome que soa como algo saído de um conto de fadas, é, na verdade, uma parte real e fascinante da história geológica da Terra. Geólogos da Universidade de Utrecht, na Holanda revelaram que Argolândia, um continente que se separou do oeste da Austrália há cerca de 155 milhões de anos, deixou vestígios que incluem fósseis, cadeias de montanhas e rochas, e até uma bacia oceânica conhecida como planície abissal de Argo.

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A transformação de Argolândia

Inicialmente parte do supercontinente Gondwana, que englobava América do Sul, África, Índia e Antártida, Argolândia não existe mais como uma grande massa de terra.

Após se separar da Austrália, ela se fragmentou, transformando-se em um arquipélago, com partes submersas no Sudeste Asiático e fragmentos sob as selvas verdes da Indonésia e de Mianmar.

Esta descoberta mudou a compreensão dos geólogos sobre a geologia do continente, levando-os a introduzir o termo “argopélago” para descrever essa nova realidade.

O quebra-cabeça de Argolândia

Resolver o mistério de Argolândia foi um desafio que durou sete anos. Os geólogos lidaram com “ilhas de informação” para montar o quebra-cabeça geológico. Eles descobriram que a situação no Sudeste Asiático era única, diferenciando-se de outros continentes que se dividiram de maneira mais clara.

A Argolândia se dividiu em vários fragmentos, complicando a compreensão de sua trajetória ao longo dos milhões de anos. Os estudos revelaram que esses fragmentos chegaram às suas localizações atuais simultaneamente, formando uma colagem que hoje está escondida sob as selvas da Indonésia e de Mianmar.

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Impacto na biodiversidade e outros mistérios

Essa descoberta pode também explicar a misteriosa Linha de Wallace, uma fronteira invisível que separa as faunas do sudeste asiático e da Austrália. De um lado desta linha, encontram-se mamíferos placentários, como macacos, tigres e elefantes, enquanto do outro lado, habitam marsupiais e cacatuas.

A divisão de Argolândia pode ter sido fundamental na formação desse padrão de biodiversidade. Apesar de terem esclarecido grande parte do mistério, os cientistas continuam a pesquisar a Linha de Wallace, buscando entender melhor as diferenças entre as faunas separadas por essa barreira.

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