Imagine um deserto de dunas imensas que se movem com o simples soprar do vento. Em meio isso, mentalize um laguinho rodeado por palmeiras enormes, hotéis, bares e restaurantes. Imaginou? Pois, se pensa que estamos mencionando algo na África ou Oriente Médio, não poderia se enganar mais! Toda essa descrição é sobre Huacachina, um oásis no Deserto de Ica, sudoeste peruano, que encanta milhares de turistas anuais.
Huacachina é uma pequena vila construída ao redor de um oásis cercado por dunas de areia do Deserto de Ica, um cenário digno de cinema. Reza a lenda que a lagoa do vilarejo nasceu depois que uma princesa nativa foi presa durante o banho por um caçador. Porém, a jovem fugiu e a piscina em que ela se banhava acabou transformada em lagoa. As dunas, então, seriam as dobras de seu manto que se contorciam enquanto a moça corria.
E a princesa? A lenda conta ainda que a moça é uma sereia que habita a lagoa. Crenças à parte, Huacachina é o único oásis da América! As palmeiras foram plantadas por espanhóis que, para completar o aspecto desértico, tentaram trazer também alguns camelos. Mas, os bichinhos não se adaptaram muito ao clima e a ideia não deu resultados. Então, o oásis ficou só de lagoa e palmeiras mesmo.
Antigamente, Huacachina era um resort para os ricos. Apenas algum tempo depois, uma parte do empreendimento se desfez em hotéis, restaurantes e na própria vila. Ainda bem! Até porque o lugar é bem pequeno e abriga cerca de 100 habitantes fixos. Só que esse número chega a patamares estratosféricos quando consideramos a visitação dos milhares de turistas que desfrutam da excelente infraestrutura, esportes e passeios de bugue.
É bom observar que, para manter-se cheia, a lagoa recebe bombeamento artificial. A medida foi necessária porque empresas e moradores locais, há algum tempo, instalaram poços que reduziram o nível da água. Deste modo, a lagoa é imprópria para banho, portanto, nada de dar um mergulho! E quer saber uma curiosidade? Huacachina é tão especial que está representada na nota de 50 Nuevo Soles, a moeda local.
Saiba um pouco mais sobre Huacachina e faça já as suas malas!
Onde fica Huacachina?
Huacachina está localizada no sudoeste do Peru, mais precisamente na província de Ica e a 5 km do município. E como ir para Huacachina? A região fica a 400 km de Lima, a capital do país, portanto, a melhor opção é saindo de lá. Os ônibus da Peru Bus e da Cruz del Sur fazem o trajeto até Ica em cerca de quatro horas a preços sob consulta. Da rodoviária, basta pegar um táxi até Huacachina, trecho que leva o máximo de oito minutos.
Ah, mas não dá para ir de avião? Não há aeroporto em Ica e o mais próximo fica na cidade de Pisco. Ainda assim, a viagem entre as duas cidades leva cerca de duas horas.
O que fazer em Huacachina?
A vila tem boa infraestrutura, mas as atividades ficam mesmo por conta do deserto! Para começar, aprecie o oásis e suba as dunas o máximo que puder para ver tudo lá de cima. O passeio exige um pouco de esforço físico, além de um bom filtro solar. Ande também pelas pequenas ruas do vilarejo, entre nas lojinhas charmosas e compre o legítimo artesanato local. Veja outras opções do que fazer em Huacachina:
- Passeio de buggy: ir ao deserto e não fazer o passeio de buggy pelas dunas é como ir ao Rio e não visitar o Cristo Redentor! A atividade pode ser comprada no hotel ou em agências da vila. O veículo sobe e desce as dunas em alta velocidade, algumas delas com altura de até 30 metros. Os carros comportam 12 pessoas e o passeio é facilmente comprado no centro.
A dica é comprar o passeio para a parte da tarde, pois dura uma hora a mais que a saída da manhã. O passeio matutino vai dar 09h às 11h, enquanto o vespertino sai às 16h e regressa às 19h. O motivo a mais é curtir o pôr do sol no final da aventura, do alto das dunas. É importante também usar tênis confortáveis, pois a areia é macia e o turista pode afundar. Leve óculos de sol e, caso use lentes de contato, tire-as devido ao vento com areia.
Protetor solar sempre e bermudas mais compridas para evitar que a areia grude nas pernas. O passeio custa de 35 a 45 soles (sujeito a alterações). Ah, e para entrar no deserto, é necessário pagar uma taxa de 3,60 soles em dinheiro!
- Sandboard: parte incluída em uma das opções do passeio de buggy bem parecida com o esquibunda de Natal.
- Bares e restaurantes: a vila tem boas opções, algumas até mais animadas, que permitem tomar uns drinks. Porém, a noite em Huacachina não se estende até muito além das 23h.
- Bate e volta em Paracas: se conseguir, vale a pena conhecer Paracas, cidade litorânea a 80 km de Huacachina. É morada de animais marinhos, além do píer de saída até Islas Ballestas, destino onde são encontradas espécies de pássaros, peixes, leões e lobos marinhos, só para falar de alguns.
E quando ir para Huacachina? O destino tem clima seco e raramente vê chuva. Por isso, pode ser visitado durante todo o ano. Contudo, os meses mais quentes do ano vão de abril a outubro.
Onde ficar em Huacachina (Hotéis e Hotels)
Huacachina é a prova concreta de que tamanho não é documento! Apesar de pequena, a vila tem excelente infraestrutura hoteleira, de forma a possibilitar a pernoite por lá. Aliás, essa é a melhor recomendação, tendo em vista o tempo de viagem para chegar ao oásis. Na estadia, o turista tem à sua disposição opções gastronômicas, caixas eletrônicos, mercados e farmácias. Veja as opções de hospedagem em Huacachina:
- Hotel Rocha: simples, porém de bom custo benefício, tem restaurante, piscina com redes ao redor, jardim e mesinhas.
- Wild Rover Hostel Huacachina: localizado a 150m do oasis, oferece lounge compartilhado, bar e piscina ao ar livre.
- Hostal Curasi: oferece piscina com espreguiçadeiras, quartos espaçosos e bem decorados com banheiros modernos.
- Banana’s Adventure Hostel: tem piscina, redes, bar animado e quartos com banheiro privativo, além de um clima super descontraído. O hostel fica em Ica.
- Hotel El Huacachinero: é considerado um dos melhores ao redor da lagoa, com piscina, restaurante, WiFi e rodeado pelas dunas
- Desert Nights Ecocamp: em frente à lagoa, tem barracas de camping com banheiros compartilhados, WiFi gratuito, áreas comuns, além de restaurante e a própria agência de viagens, o que facilita na hora de comprar os passeios.
Agora, se quiser uma experiência diferente, que tal acampar nas dunas? Além de muito econômica, a alternativa não oferece restrições. A única recomendação é se preparar para as geladas noites desérticas e muita areia entrando na barraca com o vento!