A China é o país dos superlativos, com algumas das maiores construções do mundo, sem falar na sua população gigantesca! Lá, fica a Grande Muralha da China, a mais longa estrutura já construída pelo homem. Inicialmente destinada a ser uma enorme linha militar de defesa, agora é patrimônio mundial da humanidade. Mais ainda, é símbolo do país dono de impressionantes habilidades arquitetônicas.
Com nada mais, nada menos que 21.196 km de extensão, a Muralha da China começa na província de Gansu e termina no Golfo de Bohai, atravessando o norte do país.
Considerada como uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno, a construção traça um caminho sinuoso ao longo de um terreno acidentado, montanhas e belas paisagens. Ao todo, passa por 11 províncias, contando com Mongólia e Ningxia.
Não à toa, a Grande Muralha da China recebe mais de 4 milhões de turistas por ano. Confira, a seguir, os principais fatos e curiosidades sobre a construção que impressiona o mundo todo!
Fatos históricos sobre a Muralha da China
A Muralha da China começou a ser construída em 770a.C., sendo finalizada somente em 1644. Ou seja, foram necessárias quatro dinastias até que a construção fosse finalizada.
O objetivo inicial da muralha era a consolidação do império de Qin Shihuang. Até então, cada estado chinês tinha seus próprios muros. Então, o imperador ordenou a obra, que unia trechos de muros já existentes, para mostrar que a China era uma só.
Porém, a muralha também tinha fins militares e sociais. Primeiro, deveria proteger o país de invasores. Segundo, serviria para ocupar soldados desempregados do pós-guerra e homens considerados desordeiros.
No total, mais de um milhão de trabalhadores foram envolvidos na obra, dos quais quase 300 mil morreram em decorrência das condições de trabalho. Ao longo das dinastias, a muralha também ajudou a regular o comércio da seda.
A estrutura da muralha não é constituída por uma única linha, mas sim de muitas paredes. Trata-se, então, de uma rede defensiva composta por vários muros e fortes construídos em diferentes períodos históricos, com alguns segmentos dispersos e outros conectados entre si. Em alguns lugares, a parede se duplica ou até triplica.
Como é a Muralha da China?
A Muralha da China foi construída em diversas etapas e é dividida em seções, cada uma com suas próprias características. Algumas delas são:
- Badaling: a mais famosa das seções fica próxima da capital, Pequim. Seu muro tem entre 7 e 8 metros de altura, enquanto a largura da base varia de 6 a 7 metros. As pedras usadas na construção chegam a pesar mais de uma tonelada. Nela, os visitantes podem andar de teleférico até a parte superior.
- Mutianyu: mais tranquila que a Badaling, também fica perto da capital. Uma de suas grandes atrações, além da paisagem, é a descida de tobogã montanha abaixo.
- Simatai e Jinshanling: a menos visitada das seções é, também, a de percurso mais difícil. O lado Simatai tem partes inclinadas e outras desmoronando, por isso, é mais fácil percorrê-la escalando. Há também quem prefira subir de teleférico e descer de tirolesa. Assim, essa parte da muralha é reservada aos mais aventureiros.
- Huanghuacheng: a seção mais encantadora e também perigosa da muralha. Parte dela está submersa pelas águas de uma represa, favorecendo a prática de mergulho. Como o terreno é irregular, muita gente prefere nem passar por lá, deixando-a para quem não gosta de multidões.
Fatos importantes sobre a Muralha da China
- A extensão oficial da Muralha da China é de 21.196,18 km e possui, em média, sete metros de altura.
- A Muralha da China tem mais de 2.300 anos.
- Ela se estende por 15 regiões no norte da China: Heilongjiang, Jilin, Liaoning, Mongólia Interior, Pequim, Tianjin, Hebei, Shandong, Henan, Shanxi, Shaanxi, Gansu, Ningxia, Qinghai e Xinjiang.
- Apesar da importância da Muralha, não são registrados muitos esforços para sua manutenção. Ao longo das dinastias, até houve ações de restauração, mas elas só foram mais intensas a partir de 1980. Ainda assim, a construção se deteriora em razão da variedade de materiais empregados, conforme a localização, além do roubo de tijolos. Estima-se que 14 mil quilômetros de sua extensão estejam em risco.
- De fato, as seções do noroeste da Grande Muralha, por exemplo, nas províncias de Gansu e Ningxia, podem desaparecer em 20 anos devido à desertificação e mudança no uso humano da terra.
- Vários materiais foram usados na construção, conforme a região, como pedras de calcário, granito, tijolos e galhos.
- A muralha liga quase mil fortes ao longo de sua extensão, possuindo também portas e janelas de vigilância.
- A Grande Muralha da China foi listada como Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco em 1987.
- A Grande Muralha não é uma linha contínua. Existem paredes laterais, circulares e paralelas, além de seções sem parede. Nestas partes, a barreira é formada por montanhas altas ou rios. Na dinastia Qin (221-206 aC), farinha de arroz glutinoso foi usada para ligar os tijolos da Grande Muralha.
- Durante a Revolução Cultural (1966–1976), muitos tijolos da Grande Muralha foram usados na construção de casas, fazendas ou reservatórios.
Curiosidades sobre a Muralha da China
- Ao contrário do que sempre foi falado, não é possível ver a Muralha da China do espaço a olho nu. Em 2004, o astronauta chinês Yang Liwei apontou que a construção só poderia ser vista com a ajuda de aparelhos especiais, o que foi posteriormente confirmado pela NASA.
- Aproximadamente ⅓ da Muralha desapareceu sem deixar rastros.
- A lenda mais popular sobre a Muralha da China é sobre Meng Jiang, cujo marido morreu durante a construção. Seu choro foi tão amargo que uma seção da Muralha desabou, revelando os ossos de seu marido para ela poder enterrá-los.
- A seção Gubeikou da Muralha tem buracos de bala, evidência da última batalha travada próximo à construção.
- A seção Jiankou, conhecida por ser íngreme e sinuosa, é a que mais aparece em livros ilustrados e cartões postais da Grande Muralha.
- A seção mais conhecida é a Badaling, a 70 km de Pequim, para onde convergem grandes multidões de visitantes. Com paredes mais bem preservadas e paisagens deslumbrantes, foi a primeira seção aberta aos turistas. Fora dali, entretanto, há muitas outras seções das antigas muralhas selvagens ainda sem nome. Na verdade, as incontáveis seções dilapidadas formam a maior parte de toda a construção.
- Por milhares de anos, a Grande Muralha funcionou como barreira entre o Império Chinês central e os nômades do norte, mas isso só funcionou para os oprimidos. Várias tribos fortes da história conseguiram passar pela barreira. Por exemplo, no século XIII, os mongóis liderados por Genghis Khan romperam a parede e subjugaram o norte e o centro da China por quase 100 anos. Já em 1644, a saída dos Manchus de Shanhaiguan resultou no colapso da Dinastia Ming.
- Mais de 1.000.000 trabalhadores foram usados, incluindo civis, soldados e condenados. Foi uma punição especial para criminosos condenados durante as dinastias Qin (221 – 207 AC) e Han (202 AC – 220 DC). O trabalho árduo custou muitas vidas, dando à muralha o terrível apelido “cemitério mais longo”.
- Em 2007, a Muralha da China foi reconhecida como uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno construídas pelo homem.
- O Google Maps disponibiliza visitas virtuais à Muralha da China, com imagens de satélite e panorâmicas da construção e seus fortes.
Incrível saber mais sobre a Muralha da China, não é mesmo? O Oriente é cheio de maravilhas, como o Templo de Angkor Wat e a exótica Praia Vermelha da China.