São Paulo e o formigueiro humano cruzando a Avenida Paulista. Rio de Janeiro e o Cristo Redentor abençoando a Cidade Maravilhosa. Minas Gerais com suas cidades históricas e culinária para lá de boa! Espírito Santo com natureza e praias exuberantes. Não à toa, a região Sudeste atrai gente do Brasil e do mundo atrás de suas atrações e, claro, culinária rica e diversificada. Seria diferente com os doces típicos da região Sudeste?
Povos nativos, imigrantes europeus e asiáticos, colonizadores e escravos africanos são responsáveis pelo caldeirão que é a gastronomia da região. Cada estado tem suas próprias características culinárias e, assim, os ingredientes contam muito da história e cultura locais.
Por isso, é interessante destacar que a culinária típica do Sudeste é bem dividida em três estilos diversos.
No interior, desenvolveu-se a culinária regional influenciada pelos indígenas e portugueses que misturavam ingredientes nativos às receitas europeias. Mais tarde, os ciclos do Ouro e Café, além da chegada dos escravos africanos trouxeram mais tempero à comida. Os colonizadores deram sua contribuição, finalizando com pratos como carne seca, virados e farofas dos tropeiros.
No litoral, peixes e frutos do mar, enquanto as grandes metrópoles rapidamente adaptaram a gastronomia ao dia a dia corrido. O resultado disso são maravilhas como as moquecas capixabas, pão de queijo e tutu mineiros, bem como os polos gastronômicos que colocaram as capitais paulista e fluminense na rota de quem viaja para comer bem. Os doces típicos do Sudeste encerram as refeições com história e costume locais.
O brigadeiro, paixão nacional, nasceu em bairro paulista a partir da mistura simples de ingredientes encontrados em qualquer armário. O pé de moleque já rendeu bons tabuleiros furtados pelas mãos rápidas de crianças espertas. E o doce de abóbora traz vida e quilos a mais a quem viaja pelas estradas de Minas Gerais.
Doces típicos da região Sudeste
Brigadeiro
Patrimônio e rei supremo da doçaria nacional, o brigadeiro foi criado no bairro de Pacaembu, na capital paulista. Segundo consta, trata-se de uma homenagem ao Brigadeiro Eduardo Gomes, militar candidato à presidência da república pela UDN em 1946. Os entusiastas do político organizavam festas para promover a candidatura nas quais preparavam o doce feito com ovos, manteiga, açúcar e chocolate.
Claro que o doce caiu nas graças dos convivas e acabou servindo como arrecadação de fundos para a campanha.
Paçoca de amendoim
O doce é muito popular no interior de São Paulo, especialmente nas festas juninas e de Semana Santa no Vale do Paraíba. O nome vem do tupi “po-çoc”, que significa esmigalhar. A paçoca é feita com amendoim, farinha de mandioca e açúcar.
Pé de moleque
Piranguinho, no sul de Minas Gerais, é a terra natal da receita tradicional do pé de moleque, aquele doce que brilha nos tabuleiros das festas juninas. O principal ingrediente é o amendoim torrado e o doce pode ser encontrado nas barracas coloridas da BR-459.
Pamonha
Existe uma disputa enorme pela criação dessa maravilha do milho! Há quem jure que a pamonha nasceu em Goiás, outros em Minas Gerais e, ainda, aqueles que assumem o interior paulista como autor da receita. O fato é que as Pamonhas de Piracicaba ficaram famosas Brasil afora!
Cural
Gosta de pamonha? Então, não deixe de experimentar o cural, uma espécie de pudim mais durinho feito de milho verde, manteiga, açúcar e canela em pó. Há quem vá às festas juninas e não perde o rumo das barraquinhas que vendem a especiaria!
Baba de moça
Normalmente usado como recheio de tortas e bolos, a baba de moça é a versão brasileira dos doces feitos em Portugal. A sobremesa é feita com leite de coco, gemas, água e açúcar.
Doce de abóbora
Tem uma briguinha aqui relativa à disputa de quem criou o doce de abóbora – Minas Gerais, Rio Grande do Sul ou Rio de Janeiro! Façam suas apostas, mas enquanto isso, experimente qualquer uma das variedades! Em qualquer cidade pela qual você passar, vai encontrar doce de abóbora em bolinhas, pedaços, puro… E a versão do doce de abóbora com coco? Só provando para saber a perdição! Quer provar? Cai para os lados de Poços de Caldas e volte (se conseguir) para nos contar o que achou!
Bolo de banana
Qualquer confeitaria e padaria paulista vende esse bolo simples, normalmente caramelizado. O bolo de banana pode, ainda, ser servido com canela ou farinha de rosca polvilhada, acompanhado de um bom cafezinho.
Goiabada
O doce pode até ser feito em diferentes estados, mas o queijo mineiro dá um gostinho especial quando associado à goiabada cascão. O delicioso Romeu e Julieta é sobremesa simples que deu origem a outros doces, como mousses, tortas e pudins. Ponte Nova e São Bartolomeu são as cidades que nos presentearam com essa dádiva em forma de doce.
Ambrosia
Leite, ovos, açúcar, casca de limão, cravo e canela. Leva tudo ao fogo, cozinha e, depois de frio, serve! Pronto, esta é a receita simples da ambrosia, doce tradicional da culinária mineira. Simples e imperdível!
Bem casado
As tradicionais lembrancinhas de casamento são docinhos com massa fofa polvilhada de açúcar. No recheio, doce de leite ou baba de moça. Para ficar ainda mais encantador, é só colocar em caixinhas decoradas.
Chuvisco
Na cidade de Campos dos Goytacazes, interior do Rio de Janeiro, foi criado o chuvisco, doce feito à base de ovos. Figurinha fácil nas festas locais, o chuvisco é servido em calda ou cristalizado. É praticamente o símbolo e identidade dos campistas.