As danças típicas ou folclóricas são o conjunto de expressões populares que podem ser desenvolvidas tanto de forma individual como em grupo. No Brasil, país diverso e multicultural, existem várias delas, algumas de abrangência nacional, outras regionais. Para termos uma ideia, falaremos sobre as danças típicas e tradicionais do Rio de Janeiro.
Além da óbvia contribuição da dança para o desenvolvimento e percepção corporais, a expressão resgata a história de uma sociedade. Importante destacar que, como integrante da cultura, torna-se inerente ao cotidiano do indivíduo, ou seja, reúne todo o modo de vida em níveis variados.
No que toca às manifestações fluminenses, percebe-se que as danças tradicionais têm origens variadas, especialmente de matriz africana, e que influenciaram a criação de outros ritmos, como o samba e a ciranda.
Quais são as principais danças tradicionais do Rio de Janeiro?
Cana-verde
A cana-verde, de fato, é uma manifestação presente em toda a região Sudeste. Também chamada de caninha-verde, apresenta variações na música, coreografia e poética. No Rio de Janeiro, por exemplo, é uma das variáveis da ciranda e é dançada com bastões. A apresentação se dá com os dançarinos dispostos em roda.
Os movimentos incluem sapateios, deslize dos pés, gingados, balanceios e troca de pares. Um dos mais característicos, entretanto, é a meia-volta, ou seja, o círculo que é armado e se desfaz pelos dançarinos.
Ciranda
A ciranda pode significar tanto uma dança específica quanto uma série de danças de salão. Neste caso, devem obedecer à sequência de Abertura, Miudezas e Encerramento. A dança individual, por sua vez, integra as chamadas miudezas (danças variadas com nomes e coreografias distintos) da Ciranda-baile.
Entre as miudezas da ciranda, podemos mencionar a cana-verde de mão, caranguejo, arara, flor-do-mar, canoa, limão, chapéu, Choradinha, Mariquita e Namorado. As músicas da ciranda são representadas em solo-coro, tiradas pelo mestre e respondidas pelos dançadores. Os instrumentos presentes são a viola, violão, cavaquinho e adufes.
A coreografia lembra os movimentos do mar, trazendo os dançarinos ora unidos, ora de braços enlaçados, ora soltos, com convite à participação do público presente. Por isso, a ciranda é, na verdade, uma dança de confraternização e união, uma vez que não distingue gênero, raça, idade ou condição social.
Em Tarituba, um distrito de Paraty, idosos, jovens e crianças dançam e brincam a Ciranda há mais de 150 anos durante os festejos em homenagem à Santa Cruz, padroeira da Cidade. Também é dançada em comemoração ao sucesso das pescarias.
Caxambu
O caxambu é uma dança de terreiro praticada tanto no Rio de Janeiro quanto em Minas Gerais. Também dançada em roda, tem um solista ao centro puxando os movimentos constituídos por volteios, saltos, balanceios e passos miúdos.
A dança é acompanhada de dois tambores (Tambu ou Caxambu e Candongueiro) e cuíca (Angoma-puíta).
As músicas, ou “pontos”, são tiradas pelo solista e respondidas em coro pelos participantes. Tudo começa com pedidos de licença aos velhos caxambuzeiros que se foram para, em seguida, mesclar elementos de simbolismo e enigmas. Atualmente, percebe-se um sincretismo com a Umbanda, especialmente a indumentária e adereços dos participantes.
Mineiro-pau
O mineiro-pau é uma dança executada por homens, tanto adultos quanto crianças, que portam um ou dois bastões de madeira.
A dança é apresentada em círculo ou fileiras que colocam os dançarinos frente a frente. Em seguida, eles realizam uma coreografia cujo tempo é marcado pelas batidas dos bastões no chão.
Importante destacar que a forma de bater os bastões dá nome às partes da dança, como “Batida de três”, “Batida de quatro”, “Batida cruzada”, “Batida no alto”, “Batida embaixo”, entre outros.
No Rio de Janeiro, alguns grupos trazem como integrante o Boi Pintadinho e seus principais personagens – a Mulinha, o Jaguará, o Boi, os Cabeções.
A dança é acompanhada por sanfona de oito baixos, bumbo, caixa, triângulo, chocalho e pandeiro. Há registros de grupos nas cidades de Itaboraí, Laje do Muriaé, Cambuci, Duas Barras, Itaocara, Miracema e Santo Antônio de Pádua.
Jongo
O jongo é uma manifestação cultural de origem africana, possivelmente angolana, com forte influência na formação do Samba carioca.
Dança democrática de terreiro, conta com a participação de pessoas de todas as idades e gêneros. Similar ao caxambu no ritmo e coreografia, põe os participantes em círculo, batendo palmas e improvisando movimentos.
No interior da roda, o solista ou jongueiro rege os pontos, um tipo de enigma versificado com o emprego de metáforas que devem ser adivinhadas pelo adversário.
Acompanham o Jongo dois tambores de tamanhos diferentes – tambu, o maior, e candongueiro, o menor.
Atualmente, há grupos de Jongo em Angra dos Reis, Campos dos Goytacazes, Pinheiral, Rio de Janeiro (Morro da Serrinha), Rio Claro e Valença.
Quadrilha
Como falar de dança sem mencionar a quadrilha, tão presente nas festas juninas. Nascida como dança aristocrática europeia, saiu dos salões franceses, ganhou a Europa e chegou ao Brasil como dança de salão. Mais tarde, a modalidade foi recebendo toques mais populares, mantendo o mestre que determina os passos.
Samba
E, por último, mas não menos importante, o samba! A dança que é a cara do Rio de Janeiro.
A dança se originou do “samba de roda”, uma manifestação cultural da Bahia, de origens africanas e indígenas. Adaptado às terras fluminenses, tornou-se uma dança que é acompanhada ao som do cavaquinho e violão, sob o ritmo do surdo ou pandeiro.
Outros instrumentos que são utilizados comumente são o tamborim, reco-reco, atabaque, cuíca, agogô e flauta transversa.
As escolas de samba não deixam negar a importância dessa dança que possui um momento muito especial todos os anos nos desfiles de carnaval.
Agora que você conhece sete danças típicas e tradicionais do Rio de Janeiro, navegue por nosso site e confira, também, manifestações populares do Espírito Santo e Minas Gerais.