Quanto ganha um professor no Japão?
Veja qual a formação necessária para ser professor na terra do sol nascente e qual o vencimento pago aos docentes.
Existe um paradigma em relação à sociedade japonesa que diz que professores têm tratamento especial. Mas, será que na prática é isso mesmo que acontece? E, em relação ao salário, será que é realmente mais alto em relação aos demais funcionários públicos?
A docência, de fato, é uma profissão muito reconhecida pelos japoneses. Porém, assim como no Brasil, ser professor na terra do sol nascente também é um desafio.
Para listar algumas dificuldades, podemos citar as longas jornadas de trabalho, horas extras não remuneradas e responsabilidades que vão muito além da sala de aula.
Ah, vale lembrar que essa história de que os professores são os únicos que não precisam se curvar diante do imperador não passa de um mito. Ainda que os profissionais sejam bastante admirados, a saudação existe desde tempos remotos e vale para todos, independentemente da profissão.
Como ser professor no Japão
Para ser professor no Japão é necessário obter um certificado através de um entre os muitos programas para formação de educadores, seja ele realizado em universidades ou faculdades juniores.
Candidatos a professor que possuem mestrado fazem jus ao certificado de “nível avançado”.
Depois de formados, para dar aula na rede pública é preciso passar por uma rigorosa avaliação, na qual a média de aprovação varia entre 30% e 40% dos candidatos, ou seja, apenas profissionais altamente capacitados são considerados aptos a lecionar em escolas públicas.
A maioria dos docentes exercem a profissão até se aposentar, graças ao status advindo da carreira.
Salário de um professor no Japão
Tendo em vista uma formação de alto nível, será que o salário é considerado alto? Afinal de contas, quanto ganha um professor no Japão?
Na rede pública, os docentes ganham um pouco mais que os demais funcionários públicos. Essa postura é uma herança do fim da Segunda Guerra Mundial, quando não havia muitos professores e o governo precisou dar incentivos à carreira. Hoje, a diferença já não é tão discrepante.
De acordo com dados do site OECD, a média salarial anual de um professor do ensino fundamental no Japão, no início da carreira, é de 26.031 dólares. O valor já inclui os bônus, pagos duas vezes ao ano.
Os ganhos aumentam dependendo do tempo de trabalho e experiência, podendo ultrapassar os 57 mil dólares anuais.
Importante ressaltar que os educadores têm um plano de carreira onde passam por diversas etapas até chegar ao cargo de chefe. Depois, ao subir para um próximo nível, tornam-se diretores de escola.
Dentro de cada um desses níveis há diversos graus de salário, pagos de acordo com experiência e desempenho.
A título de comparação, em 2018 o piso de um docente da rede pública estadual era de R$ 3.746,00, o que dá aproximadamente 110 mil ienes mensais, ou seja, um quarto da média mensal japonesa, excluindo os bônus e somando o 13º salário.
Embora as dificuldades sejam praticamente as mesmas, os ganhos do exercício da profissão no Japão são consideravelmente maiores.