Um terço dos restaurantes no iFood são cozinhas fantasma, aponta estudo inédito!
Entenda como as dark kitchens estão mudando o cenário da gastronomia e se tornando cada vez mais populares entre os consumidores de comida delivery.
Um estudo inédito conduzido no Brasil revelou que cerca de um terço dos restaurantes presentes no iFood, o aplicativo de delivery mais requisitado, são dark kitchens.
É relevante salientar que a modalidade de delivery de refeições obteve grande repercussão durante a pandemia, fazendo com que tais cozinhas se estabelecessem com identidade própria.
Entre as características notáveis, incluem-se a ausência de locais para consumo presencial e a localização em áreas mais afastadas dos centros urbanos.
A obtenção de dados para identificar e caracterizar as dark kitchens no aplicativo ocorreu em duas fases, proporcionando informações significativas para entender o panorama atual do mercado de entrega de comida no Brasil. A pesquisa foi publicada no dia 18/05 na revista Food Research International.
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O impacto das cozinhas virtuais no aplicativo é significativo
A investigação, realizada por meio de mineração de dados, forneceu detalhes valiosos sobre os estabelecimentos, como nome, endereço URL, CNPJ e distância linear em relação ao centro da cidade.
Também foram considerados aspectos importantes, como o tempo estabelecido para entrega, as avaliações dos usuários, especificações dos pratos oferecidos, agendamento de entregas e rastreamento do pedido.
Os dados coletados nessa pesquisa podem ser úteis para os empreendedores do ramo gastronômico que buscam se sobressair no mercado e obter uma vantagem competitiva em relação aos adversários. O estudo evidencia um cenário em constante transformação e ressalta a importância de acompanhar as tendências do mercado de alimentação.
A quantidade de dark kitchens pode aumentar ainda mais
Segundo Diogo Thimoteo da Cunha, professor do curso de Nutrição e pesquisador do LabMAS, o número de dark kitchens pode ser ainda superior ao constatado, visto que a plataforma não exige que os restaurantes se identifiquem para seus clientes. Isso pode dificultar a coleta de dados precisos em diversos casos.
A pesquisa também revelou que as dark kitchens estão situadas mais afastadas do centro das cidades, o que possibilita uma diminuição nos custos de produção e preços mais baixos para os consumidores, ao contrário de restaurantes bem localizados, que precisam investir em fachada e outros serviços para manter a visibilidade.
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Dark kitchens levantam questões sanitárias
As dark kitchens, também conhecidas como cozinhas fantasmas, têm levantado algumas questões por parte de pesquisadores e inspetores. Esses profissionais indicam outra questão que precisa ser elucidada: as condições higiênico-sanitárias desses estabelecimentos.
Conforme os especialistas, o modelo de negócio das dark kitchens parece estar à margem das legislações, não por ser ilegal, mas porque ainda não foi adequadamente regulamentado.
“Não pretendemos dificultar o trabalho dessas cozinhas, mas é crucial entender o impacto que elas têm na economia e garantir que operem dentro das normas, proporcionando segurança aos consumidores”, esclarece um dos pesquisadores.
A ausência de regulamentação pode dificultar a fiscalização por parte da vigilância sanitária, que já enfrenta obstáculos para monitorar cozinhas residenciais.
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