Sealand: Descubra o autointitulado ‘Menor País do Mundo’ e sua história

Sealand, que se autodeclara o menor país do mundo, fica na costa do Reino Unido e tem histórias interessantes

Você já pensou em visitar o menor país do mundo? Talvez tenha respondido que sim, imaginando que se trate do Vaticano. Mas sabia que existe um país ainda menor que a sede da Igreja Católica, que se autoproclama independente e soberano? Mais ainda, vende títulos nobiliários e porções do seu território como lembranças?

Esse país é Sealand, uma curiosa micronação que fica em uma antiga plataforma militar no Mar do Norte, a dez quilômetros da costa do Reino Unido. Com apenas 550 metros quadrados de área, é menor que um campo de futebol e tem uma população que varia entre 4 e 20 habitantes, conforme a época do ano.

Vamos conhecer a sua história e como visitar?

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Uma rádio pirata que virou o menor país do mundo?

A história de Sealand começa em 1967 com Roy Bates, ex-comandante do exército britânico. Na época, ele tinha um projeto de rádio pirata, ou seja, uma emissora que transmitia sem autorização do governo.

Roy Bates

Como o Reino Unido proibia esse tipo de atividade, Bates decidiu ocupar uma plataforma militar abandonada no Mar do Norte, a Torre Roughs. A estrutura, aliás, é fruto de uma construção ilegal em águas internacionais durante a Segunda Guerra Mundial.

Com isso, o ex-militar declarou a plataforma como o estado independente de Sealand, alegando que era “terra de ninguém”. A partir daí, se autonomeou príncipe e, depois, levou sua família e amigos para morar na estrutura de concreto e aço.

O menor país do mundo tinha dois pilares com sete andares cada um, ligados por uma plataforma principal. Claro que o governo britânico não gostou da ideia. Tanto que até tentou expulsar os ocupantes, mas sem sucesso.

Porém, em 1968, um tribunal inglês reconheceu que a Torre Roughs estava fora da jurisdição do Reino Unido. Isso levou Bates a interpretar a informação como um reconhecimento de sua soberania.

Desde então, Sealand passou a ter sua própria constituição, bandeira, hino, moeda, selo, passaporte e até site oficial.

Os desafios de Sealand

Apesar de se declarar independente, o menor país do mundo não é reconhecido por nenhum outro como um Estado soberano. Por isso, a micronação enfrenta diversos desafios e vive situações curiosas ao longo de sua história.

Em 1978, por exemplo, Sealand foi invadida por um grupo de alemães liderados por um advogado chamado Alexander Achenbach. O homem sequestrou o filho de Bates e declarou-se presidente do país.

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O príncipe soberano estava na Inglaterra na época. Ainda assim, organizou uma operação de resgate com a ajuda de amigos e um helicóptero. Assim, conseguiu recuperar o controle da plataforma.

Achenbach foi preso e acusado de traição, mas foi libertado depois de a Alemanha enviar um diplomata para negociar sua soltura. Bates alegou que isso foi uma prova de que Sealand era reconhecida como uma nação.

Teve até guerra por lá!

Outra situação inusitada ocorreu em 1987, quando Sealand se envolveu em uma guerra com a Holanda. Tudo porque um holandês chamado Willem Beukeboom tentou comprar a plataforma por 20 milhões de dólares, proposta que Bates recusou.

Então, criou sua própria versão de Sealand em uma plataforma próxima, e declarou guerra ao país vizinho. O ex-comandante reagiu atirando com uma metralhadora contra o rival, que acabou sendo destruída por um incêndio. Beukeboom fugiu e nunca mais voltou.

O menor país do mundo também já foi alvo de diversas ofertas de compra, tanto de empresas quanto de indivíduos. Mas todas foram rejeitadas pela família Bates, que segue governando o país como uma monarquia hereditária.

A propósito, o fundador, Roy Bates, morreu em 2012. Então, o atual príncipe é Michael, aquele filho sequestrado. Mas, Sealand também tem um primeiro-ministro, um gabinete e um conselho consultivo, além de vários cidadãos honorários espalhados pelo mundo.

As atrações turísticas de Sealand: como visitar o menor país do mundo

Inicialmente, é possível visitar o menor país do mundo, mas não é tão fácil nem barato. Primeiro, você precisa solicitar uma autorização prévia ao governo, que pode ou não aceitar o seu pedido. Depois, pagar uma taxa de 29 libras por pessoa, além dos custos de transporte.

Essa parte, aliás, varia de acordo com o meio escolhido: barco, helicóptero ou avião. Chegando à plataforma, você parte para conhecer sua extensão. Por exemplo:

  • heliporto
  • capela
  • museu
  • sala de jogos
  • loja de souvenirs
  • alguns quartos

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Ah é, você pode se tornar um lorde, lady, barão, baronesa, conde ou condessa do menor país do mundo. Para isso, basta pagar de 30 a 300 libras, conforme o título.

Ainda, a bandeira de Sealand, que é vermelha, preta e branca, com um escudo e lema em latim: “E Mare Libertas“, que significa “Do mar, a liberdade”.

Bandeira de Sealand

Por fim, Sealand permite que você compre apenas uma porção de seu território pela internet. Por apenas 19,99 libras, dá para adquirir um pedaço de 30 centímetros quadrados. Feito isso, recebe um certificado de propriedade e o mapa mostrando a localização exata da sua área.

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