Região está se transformando no 1° deserto do Brasil, segundo pesquisadores

Descubra os impactantes e preocupantes efeitos das mudanças climáticas em um dos biomas mais famosos do Brasil. A falta de chuvas e o calor escaldante estão transformando a região em um deserto

O calor escaldante, a paisagem em mudança e a falta de chuvas são sinais alarmantes de mudanças climáticas impactantes na Caatinga, o bioma brasileiro.

Um estudo conjunto do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revela um cenário preocupante. Trinta anos de escassez de chuvas transformaram o clima na Bahia, parte da Caatinga, em algo semelhante a um deserto.

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Javier Tomasella, pesquisador do Inpe, explica que a aridez crescente se deve a dois fatores principais: precipitação reduzida e aumento da evaporação. A combinação desses elementos está deixando a região mais quente e seca.

Impactos na agricultura e mudanças na paisagem

Moradores como Ana Lucia da Silva, da zona rural de Juazeiro (BA), testemunham as mudanças. As chuvas, essenciais para plantações de mandioca e mamona, se tornaram cada vez mais escassas. O calor intenso afeta o trabalho no campo, aumentando o medo de que a área se torne um deserto no futuro.

O Cemaden identificou cinco municípios da Bahia –  Abaré, Chorrochó, Rodelas, Juazeiro, e Macururé – como a primeira região de clima árido no Brasil. Essa área abrange 5,7 mil km² e está enfrentando uma transição do semiárido para o árido.

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A relação com as mudanças climáticas globais

Os pesquisadores não esperavam essa transição tão rápida. O aumento de temperatura desde os anos 60, acelerado nos últimos anos, pegou a todos de surpresa. A pesquisa também vincula essa mudança climática ao aquecimento global, indicando uma relação direta entre o aumento das temperaturas e secas mais intensas.

O problema na região já afeta a produção agrícola, a pecuária e a geração de energia no Brasil. O país utiliza quase metade de sua água disponível para irrigação, e a desertificação prejudica a fertilidade do solo, da biodiversidade e contribui para o êxodo rural.

Para lidar com esses desafios, o Ministério do Meio Ambiente encomendou o estudo do Cemaden. Um novo plano de combate à desertificação e mitigação dos efeitos da seca está em desenvolvimento e será lançado ainda este ano.

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