Estudo coloca em dúvidas as lentes com filtro de luz azul – Entenda!
A verdade por trás da proteção: Estudos recentes questionam o alarde em torno dos óculos bloqueadores de luz azul
Para muitos, os óculos de filtragem de luz azul tornaram-se um acessório comum na era digital, uma suposta barreira entre os efeitos nocivos da exposição prolongada às telas e aos nossos olhos. Contudo, uma nova análise científica questiona a eficácia desses óculos.
A luz azul, que é uma parte marcante do espectro de luz visível, também é emitida por fontes artificiais como smartphones e computadores.
Desde o início dos anos 2000, os filtros de luz azul têm sido promovidos por ópticos e fabricantes como um meio de reduzir a tensão ocular e minimizar a interrupção do sono causada pelo excesso de luz azul.
Essas alegações têm conduzido a uma popularização dos óculos de filtragem de luz azul, com muitos usuários esperando amenizar o impacto do tempo de tela excessivo antes de dormir.
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No entanto, uma revisão recente das evidências disponíveis sugere que a eficácia desses óculos pode não ser tão promissora quanto o marketing sugere.
Eficácia Questionada por Nova Revisão Científica
Pesquisadores das Universidades de Melbourne e Monash, na Austrália, e da Universidade de Londres, analisaram 17 ensaios clínicos randomizados para avaliar se os filtros de luz azul trazem algum benefício perceptível.
A conclusão foi que essas lentes provavelmente não aliviam a tensão ocular nem melhoram a qualidade do sono afetada pela exposição a telas, ao menos a curto prazo.
Além disso, a equipe não encontrou evidências que respaldem a alegação de que esses óculos protegem contra danos à retina, a parte do olho responsável por captar a luz e transformá-la em sinais para o cérebro. A falta de avaliação sobre esse aspecto nos estudos originais contribui para essa lacuna de conhecimento.
As descobertas foram consideradas “bastante condenatórias” pelo professor Andrew Przybylski, da Universidade de Oxford, que não esteve envolvido na revisão, mas destacou que os resultados oferecem ao público uma chance de refletir sobre a eficácia das soluções adotadas para enfrentar os desafios da era digital.
Afinal, Benefício Real ou Marketing Enganoso?
Pesquisadores revelam que a luz azul recebida de fontes artificiais como telefones e computadores é minúscula quando comparada à luz natural do dia – apenas cerca de um milésimo.
A investigação também revelou que as lentes dos óculos bloqueiam apenas de 10 a 25% da luz azul. Dr. Sumeer Singh, um dos autores do estudo, aponta que para filtrar níveis mais elevados de luz azul, as lentes precisariam ter uma tonalidade âmbar óbvia, o que alteraria substancialmente a percepção de cores.
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Laura Downie, autora sênior da Universidade de Melbourne, destaca que o público deve estar ciente destes dados ao considerar a compra desses óculos. A revisão, contudo, focou em estudos de curto prazo, com escalas de tempo variando de um dia a cinco semanas, indicando a necessidade de mais investigações para compreender a eficácia das lentes a longo prazo.
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