Descoberta científica promete aliviar o enjoo de viagem – atuando nos neurônios!

Pesquisadores espanhóis identificam células cerebrais ligadas ao mal-estar em movimento.

O enjoo de movimento, uma condição comum que afeta pessoas ao ler em veículos em movimento ou durante viagens de carro, barco ou avião, é objeto de uma nova pesquisa científica.

Esse mal-estar resulta da discordância entre o movimento percebido pelos olhos e as informações sobre o equilíbrio e a orientação espacial fornecidas pelo aparelho vestibular, localizado no ouvido interno.

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Os sintomas incluem tontura, fadiga, dor de cabeça, palidez, náuseas e vômitos, e podem afetar significativamente a qualidade das viagens. Por isso trazemos algumas informações que vão te trazer mais esperança para o fim desse problema.

Detalhes da pesquisa da Universidade Autônoma de Barcelona

Pesquisadores da Universidade Autônoma de Barcelona aprofundaram-se nos detalhes neurológicos do enjoo de movimento. Publicando seus achados no periódico PNAS, eles focaram em identificar os neurônios específicos relacionados ao equilíbrio no cérebro de ratos.

Em experimentos, ativaram os neurônios de sete ratos e observaram alterações no comportamento, como movimentação e alimentação reduzidas, sugerindo sintomas de náusea.

Identificação de neurônios importantes e experimentos com Devazepida

A equipe realizou uma análise genética detalhada dos neurônios, identificando células-chave na indução dos sintomas de enjoo. Essas células possuíam um receptor já conhecido.

O experimento progrediu com o teste do medicamento devazepida, que bloqueia esse receptor. Dez ratos receberam a devazepida e foram submetidos a movimentos rotativos.

Os resultados mostraram que os ratos tratados com devazepida se movimentaram três vezes mais do que aqueles que receberam placebo, indicando a eficácia do medicamento na prevenção do enjoo de movimento.

Alternativa promissora sem efeito sedativo

Um ponto importante da pesquisa é que, ao contrário dos remédios atuais para enjoo, que podem causar sonolência e limitar atividades, a devazepida não apresentou este efeito colateral indesejado.

No entanto, antes de recomendar a devazepida para uso humano, é necessário conduzir pesquisas adicionais para confirmar se os efeitos observados em ratos se aplicam aos humanos.

Potencial impacto na compreensão e tratamento do enjoo de viagem

Se estudos futuros confirmarem que a mesma via neural está envolvida no enjoo de movimento humano, essa descoberta poderá ser um avanço importante.

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Poderá não apenas melhorar nossa compreensão da condição, mas também levar ao desenvolvimento de novas abordagens de tratamento que reduzam ou eliminem os incômodos do enjoo de movimento sem efeitos colaterais adversos.

A pesquisa da Universidade Autônoma de Barcelona abre novas possibilidades para tratar o enjoo de movimento de maneira mais eficaz e sem sedação. Essa descoberta tem o potencial de melhorar significativamente a experiência de viagem para muitas pessoas que atualmente sofrem com esse desconforto comum.


Referência: https://www.pnas.org/doi/10.1073/pnas.2304933120


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