Conheça 8 danças típicas da Região Norte do Brasil

Misturando elementos latinos, indígenas e africanos, as danças típicas da região Norte refletem a cultura miscigenada e rica dos sete estados.

Roupas coloridas, músicas animadas, instrumentos muito característicos, além de origens indígenas e africanas. Estes elementos são fortes caracterizadores das danças típicas da Região Norte do Brasil, tão ricas quanto os sete estados que a compõem. A grande área da região apresenta cultura diversificada e altamente representada em todas as manifestações artísticas, como a dança.

A população mestiça de negros, brancos e índios é composta por gente alegre e batalhadora. As comemorações e atividades diárias, como o simples convite para uma noite juntos, são ricamente representadas por bailarinos em sincronia. São muitas as danças encontradas na região, sendo que cada estado tem suas manifestações típicas. Graças à difusão cultural, o Brasil todo acabou conhecendo ritmos como carimbó e marujada. 

Danças típicas da região Norte por estado

Amazonas (AM)

Dança do Maçarico

Viola, tambores, rabeca e sanfonas sonorizam as duplas de dançarinos nesta dança constituída de cinco movimentos básicos: Charola, Roca-roca, Repinico, Maçaricado e ‘Geleia de Mocotó’. Neste contexto, os passos vão variando entre lentos e ligeiros, até chegar na umbigada. Os casais percorrem o palco dando pulinhos e grandes passadas, constituindo uma dança mais voltada ao entretenimento que o simbolismo em si. 

Uma das mais populares do Amazonas, a Dança do Maçarico recebe esse nome razão do pássaro “maçarico”, tão comum na região. Inclusive, os passos são bem similares à ave caminhando rapidamente. 

Desfeiteira

Mais uma dança bailada em pares, a desfeiteira permite passos livres, desde que passem, pelo menos uma vez, na frente do grupo musical. Ah, e uma curiosidade! Se um casal passar em frente à banda enquanto ela para de tocar, um homem ou uma mulher deve declamar versos. Do contrário, a pessoa é vaiada e paga uma prenda.


Pará (PA)

Carimbó

A famosa carimbó tem origem indígena, juntando os nomes Curi (pau oco) e M’bó (furado). As roupas são bastante características e fazem parte da coreografia. Os homens trajam  calça no estilo pescador e camisa estampada. As mulheres, então, vestem saias rodadas e também estampas, blusa, colares e flores presas aos cabelos. O carimbó é uma dança executada com os pés no chão, ao som de palmas que os homens batem para as mulheres indicando que as estão chamando para dançar. 

Elas formam uma roda, balançando a saia de forma que ela atinja a cabeça do parceiro. É como um ato de humilhação para que o homem saia da dança. Na coreografia, um momento simbólico é quando os casais vão para o centro da roda e, depois, o homem apanha um lenço jogado no chão pelo seu par com a boca. Se o gesto agradar, ele é aplaudido, senão, a mulher joga a saia em seu rosto e, finalmente, ele sai da dança.

O carimbó foi reconhecido Patrimônio Cultural do país, tendo sido reconhecido pelo IPHAN em 2014. Seu ritmo rápido e envolvente trazem consigo elementos afro e portugueses.

Marambiré

A marambiré é o símbolo dos negros brasileiros após a Abolição da Escravidão. Caracteriza-se pela marcha que mistura religião e o profano, sendo executada por duplas, envolvendo música, dança e cantos como os praticados nos países da África Central. Normalmente, é apresentada nos festivais típicos do estado.

Lundu Marajoara

Mais uma dança de de origem africana, é bastante sensual por figurar o homem convidando a mulher para um encontro sexual. No primeiro ato, ela recusa, mas aceita diante da insistência do rapaz. As intenções são representadas pelos passos da umbigada, permitindo movimentos mais sensuais. A mulher dança sensualmente e o homem segue a sua volta, admirando-a e desejando-a. 

O cenário é completo pelas vestimentas. As mulheres usam blusas rendadas e saias coloridas, enquanto o homem vestem calças brancas. Os movimentos ganham o embalo de instrumentos como o banjo, cavaquinho e clarinete. Ainda que se baseie em danças africanas, a lundu marajoara apresenta características marajoaras.

Marujada de Bragança

A marujada homenageia São Benedito e é representada no Natal, dia de São Benedito e no dia 1º de janeiro. Criada pelos africanos, é caracterizada pela disciplina e organização. Homens e mulheres bailam pela cidade, reproduzindo barcos na água com gestos. Por isso, recebem o nome de marujos e marujas. Elas ordenam a dança e os homens, por sua vez, tocam instrumentos como tambores e violinos.

Ao todo, são sete danças que compõem a marujada, sendo elas o xote bragantino, a zabumba, o retumbo, a valsa, bagre, chorado e mazurca. Os homens se vestem de camisa e calça, enquanto as mulheres trajam longo vestido branco. Ambos levam, ainda, chapéus com fitas coloridas. 

Retumbão

Derivada da marujada, o retumbão tem temática religiosa e, também, é uma homenagem a São Benedito. Os movimentos são similares às espanholas tocando castanholas. Falando isso, são as mulheres que comandam os passos, enquanto os homens tocam instrumentos de percussão. As vestimentas são bem parecidas àquelas usadas na marujada.


Amapá (AP)

Marabaixo

A maior manifestação rítmica amapaense é constituída por movimentos ao som de tambores ou caixas (instrumentos de percussão feitos com madeira e pele de animais). Com movimentos vigorosos e rápidos que remetem à capoeira, as dançarinas trajam saias longas, rodadas e coloridas, sempre levando toalha nos ombros para enxugar o suor. Os homens, por sua vez, usam short e camiseta.

O marabaixo é tem origem africana e foi trazida para o Brasil no século XVIII, época da construção da Fortaleza de São José. Simula uma versão  profana da festa do Divino, tradicional comemoração católica também presente na região Norte.

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