A prefeitura de Montreal, no Canadá, anunciou uma medida controversa para as 45 bibliotecas públicas da cidade: os frequentadores poderão ser expulsos se estiverem com mau cheiro. Essa decisão faz parte de um novo projeto de regulamento adotado pelos municípios para evitar situações que possam incomodar outros frequentadores ou funcionários.
Previsto para entrar em vigor em 1º de janeiro de 2024, o estatuto prevê multas que variam entre US$ 350 e US$ 3.000 para infrações recorrentes.
Projeto gera críticas
Valérie Plante, prefeita de Montreal, explicou em suas redes sociais que a mudança tem como objetivo promover a inclusão em todos os espaços da cidade, deixando claro que não há lugar para discriminação em Montreal.
No entanto, a nova diretriz gerou críticas. Sam Watts, CEO da Welcome Hall Mission, expressou preocupações, afirmando que essa medida pode ter como alvo grupos específicos de pessoas. Ele argumenta que essa política pode acentuar a segregação de uma população já vulnerável, reforçando uma mentalidade de divisão na sociedade.
“Acredito que esse estatuto é contraproducente. Sempre que estabelecemos regras que excluem, criamos uma mentalidade de ‘nós contra eles’, e esse não é o caminho para uma sociedade unida”, destacou Watts.
A decisão municipal dividiu opiniões, levantando questões sobre o equilíbrio entre garantir o conforto dos frequentadores das bibliotecas e evitar a exclusão de grupos marginalizados. O debate sobre como promover a inclusão em espaços públicos, ao mesmo tempo em que se evita a discriminação, continua em pauta na cidade de Montreal.