O Conde de Monte Cristo é um clássico que já serviu de inspiração para diversas produções, inclusive contemporâneas. Além da história intrigante, nosso herói com sede de vingança ficou preso em um local que, hoje, é ponto turístico na França – o Château d’If. O famoso castelo fica no topo de uma pequena ilha de calcário em frente ao porto de Marselha. Com vista deslumbrante, sua história e curiosidades ultrapassam a saga escrita por Alexandre Dumas.
O Château d’If é uma antiga ilha prisão que se tornou lendária graças ao herói injustamente preso e, logo, separado de sua amada por anos. A ilha, em si, é bem pequena, com apenas três hectares de tamanho.
De fato, faz parte de um arquipélago que inclui a ilha de Frioul, reserva natural maravilhosa e lar de uma pequena comunidade de pescadores. Apesar do tamanho, é fortemente protegida por altas muralhas com plataformas de canhão que blindam as falésias.
O monumento, por sua vez, foi construído sobre as rochas, tendo três andares, o mesmo número de torres com janelas e saídas para canhões e armamentos. O castelo serviu de prisão oficial durante 400 anos, embora haja relatos de prisioneiros por muito mais tempo que a história conta.
Atualmente um dos lugares mais visitados de Marselha, foi classificado como Monumento Histórico em 7 de julho de 1926. Saiba mais sobre a história e curiosidades do Castelo d’If.
História do Castelo d’If
O Château d’If foi originalmente construído como uma fortaleza naval e, aliás, é até hoje a única coisa já erigida no local. Em 1516, o rei Francisco visitou a ilha e enxergou nela o potencial para construção de um forte que protegesse Marselha de possíveis ataques.
A construção teve início em 1524 e terminou em 1531, possuindo três pisos em forma de quadrado com 28 metros de comprimento. O forte ainda possui três torres, todas com cobertura para arqueiros e canhões.
Mas o objetivo da construção mudou…
Ainda que, à primeira vista, parecesse imponente, o projeto tem várias falhas e, de fato, não seria muito eficiente. Mas, felizmente, nunca precisou ser utilizado para proteção da cidade. Por isso, logo foi convertido em prisão e, assim, tornou-se famoso pela exclusiva lista de internos.
Por volta de 1800, ficou claro que o Château d’If não poderia exercer um papel militar, sendo mesmo ideal para ser usado como prisão porque, afinal, fica em uma ilha, fator que dificulta fugas.
Ademais, a ilha é circundada por fortes correntes marítimas, assim como na prisão de Alcatraz, em São Francisco. Portanto, até seu fechamento, em 1890, milhares de prisioneiros passaram por If, incluindo 3.500 protestantes franceses.
Sobre a prisão e seus detentos…
Curiosamente, havia uma divisão interna de classes entre os próprios presos. Prisioneiros mais pobres eram mantidos nas piores condições, ou seja, nas masmorras do andar inferior, lotadas e propensas à fome e doenças.
As celas, no geral, eram pequenas, ventosas e sombrias. A única vista que os prisioneiros tinham era para dentro do castelo, outros presos ou, ainda, um minúsculo pátio de paralelepípedos, um poço e a escadaria de pedra. Por isso, dizia-se que Chateau D’If não fazia reabilitação.
Muitos presos morreram por negligência, enquanto outros simplesmente enlouqueceram. Uma vez por semana, tinham permissão para ir à capela de Notre Dame de Passion. Lá eles agradeciam a Deus por ainda estarem vivos e oravam por perdão.
Os prisioneiros mais ricos, por sua vez, pagavam pelas melhores celas e, consequentemente, eram alojados nos andares superiores, com lareiras e camas adequadas. A identificação se dava por pequenas placas desbotadas afixadas nas portas sem janelas.
Porém, mesmo eles não gozavam de luxo. Um dos presos mais notáveis tinha suíte isolada com uma tumba abobadada de tijolos com uma pequena lareira, além de uma mesa e uma cadeira. Uma brisa amarga amainava sua esperança ausente de fuga.
Chateau d’If e o Conde de Monte Cristo
Ainda que seja um dos pontos turísticos mais populares de Marselha, talvez o Chateau D’If seja mais conhecido pelo papel literário no clássico de Dumas, O Conde de Monte Cristo.
Publicado na década de 1840 e tido como um best-seller instantâneo, o livro conta a história do jovem francês Edmond Dantès, em vias de se casar com seu verdadeiro amor e viver feliz para sempre. Mas, o rapaz é traído por dois homens, um deles o seu melhor amigo, e é preso em If por 14 anos.
Após estudo e planejamento intensos graças a um companheiro de cela, consegue executar uma fuga ousada. Dantès sai em busca de um tesouro e, milionário, volta à terra natal com o objetivo de se vingar.
A obra segue com extrema popularidade, principalmente por mostrar como a vida pode mudar a qualquer momento. Embora o herói de Dumas tenha tido sucesso, na vida real, ninguém jamais conseguiu escapar da prisão.
Curiosidades sobre o Chateau d’If
O que fazer no Chateau d’If
Durante sua viagem por Marselha, reserve um tempo para visitar não só o Château d’If, como também a ilha vizinha de Frioul no mesmo dia. Lá, faça um piquenique ou conheça um dos restaurantes do porto. O trajeto cheio de pedras pode machucar os pés, por isso, use um calçado confortável. Você também pode nadar na ilha de Frioul, portanto, não deixe de levar toalhas, roupas de banho e protetor solar.
Informações básicas sobre o Chateau d’If
» Horários de funcionamento: terça a domingo, das 10h às 17h (18h de abril a outubro). Fechado às segundas-feiras.
» Como chegar: ferries para o Château d’If partem do Quai des Belges, no sopé de La Canebiere, no antigo porto de Marselha. Porém, nem todas param na fortaleza, portanto, certifique-se de verificar com antecedência. Uma passagem combinada para as Ilhas de Frioul com uma parada no Chateau D’If custa cerca de US$ 15 e para o Chateau D’If apenas cerca de US$ 10. As balsas saem a cada meia hora, das 6h45 às 18h15, durante o verão.
» Tarifas: 5,50 € para adultos, com gratuidade em casos específicos. Consulte o site oficial para mais informações atualizadas sobre os preços dos ingressos.
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