Capital Art Déco do Brasil: Goiânia tem o segundo maior acervo no mundo!
Com um dos acervos mais significativos do país, capital goiana fica atrás apenas de Miami
Ei, você, que mora em Goiânia! Sabia que sua cidade conserva o segundo maior acervo em arquitetura Art Déco do mundo? Pois é, com construções consideradas Patrimônio Histórico Nacional, o município leva, merecidamente, o título de capital Art Déco do Brasil. Também não faz feio em escala global, afinal, o número de construções fica atrás apenas de Miami, nos Estados Unidos.
De fato, este estilo arquitetônico faz parte da própria história da cidade. Tanto que, não só no centro, mas em outros bairros, há desde escolas e teatros até fachadas e alambrados.
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Confira, a seguir, por que Goiânia é a capital do Art Déco e o que torna a arquitetura tão especial.
O que é o estilo Art Déco?
Antes de tudo, do que se trata, exatamente, o Art Déco? Em resumo, a expressão se consolidou em 1968, mas é uma derivação da Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas, evento que ocorreu em Paris no ano de 1925. O movimento artístico que é, sobretudo, global se caracteriza pela exploração de culturas diversas, inovação em materiais estéticos e introdução do concreto armado em construções.
Mas, o que isso tem a ver com Goiânia? Em entrevista ao G1 Goiás, o arquiteto e professor da Universidade Federal de Goiás, Wolney Unes, explica que a adoção do estilo na capital do Art Déco tem a ver com a ideia de progresso. Ou seja, uma vontade das pessoas em fazer parte do que acontecia no mundo e, mais ainda, de forma progressista.
Entretanto, a cidade nasceu na década de 30 e, naquela época, a implementação foi bem mais simplista. Ainda assim, embora a força de trabalho em Goiânia não fosse comparável à das grandes metrópoles, a cidade foi capaz de adotar novas tecnologias por meio de uma abordagem construtiva híbrida. Como resultado, muitos dos edifícios Art Decó em Goiânia são reconhecidos como patrimônio histórico.
A maioria deles usa alvenaria, com partes em concreto armado, incorporando elementos regionais. O conjunto protegido pelo IPHAN inclui 21 propriedades cuja característica distintiva é a paleta de cores. Originalmente, derivavam dos pigmentos naturais dos materiais utilizados, como o cinza do concreto.
Após as restaurações, as cores pastéis tornaram-se predominantes. No entanto, apesar do registro do IPHAN, a extensão total do acervo Art Decó na cidade é incerta, pois muitos edifícios foram ocultados ao longo do tempo. Portanto, o patrimônio pode ser ainda mais vasto.
Um tour pela capital Art Déco
Se Goiânia tem o segundo maior acervo Art Déco do mundo, vale a pena conhecer, ao menos, alguns destes prédios, certo? Confira os mais emblemáticos, a seguir:
Coreto da Praça Cívica
O edifício foi construído com alvenaria revestida de pó de pedra e oligisto. Fica na Praça Cívica, no início da Avenida Goiás, e serviu como palco para eventos artísticos, culturais e políticos. Sua inauguração oficial se deu em 5 de julho de 1942, durante o Batismo Cultural de Goiânia.
Palácio das Esmeraldas, na Praça Cívica
Sede do Governo do Estado e residência oficial do Governador desde a transferência da capital. Sua construção começou em 1933 e o nome do edifício é uma homenagem às Entradas e Bandeiras. Tem três andares e seu exterior é revestido com pó de pedra verde, imitando a cor da pedra que inspirou seu nome.
Os vitrais do edifício representam as principais atividades econômicas do estado naquela época. O edifício é patrimônio do IPHAN.
Torre do relógio, na Avenida Goiás
Um ícone da capital Art Déco, marca o início da Avenida Goiás, uma das principais avenidas da cidade. Possui um relógio visível de todos os quatro lados, com projeto de Américo Vespúcio Pontes e inauguração em 1942. Mas, a maquinaria do relógio é da empresa Michelini e Filho, de São Paulo.
A construção tem uma base, um corpo e um coroamento, com a torre revestida de pó de pedra. No topo, apresenta desenhos geométricos e o coroamento exibe frisos e ornamentos geométricos, características típicas da arquitetura Art Déco. Também é patrimônio do IPHAN.
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Estação Ferroviária (Avenida Independência com a Avenida Goiás)
Com inauguração em 1952, este edifício é um exemplo tardio da arquitetura Art Déco. No seu interior, abriga dois afrescos do Padre Nazareno Confaloni, pioneiro do modernismo em Goiás. Com o fim da ferrovia em Goiás, a Locomotiva n°11, um ícone da estação e popularmente conhecida como Maria Fumaça, ficou em exibição na área externa da antiga estação.
Também patrimônio do IPHAN, recebeu reformas recentes e, atualmente, abriga exposições e demais manifestações culturais da cidade.
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