A calma Gion, em Quioto, conhecida por suas tradicionais gueixas, está enfrentando um dilema inusitado: o excesso de turistas. Para preservar a cultura local e proteger as artistas que existem no bairro, as autoridades japonesas decidiram uma ação radical: proibir literalmente os visitantes de circular nas vielas de Gion a partir de abril.
Desrespeito de turistas com a cultura de Gion tem levado as autoridades a tomarem providências drásticas
As vielas estreitas de Gion, que abrigam casas de chá frequentadas por geiko (gueixas) e maiko (aprendizes), tornaram-se palco de excessos cometidos pelos turistas. Desde toques sem permissão nos caros quimonos das gueixas até comportamentos intrusivos, como agir feito “paparazzi” quando chegam nas ruas. Com todas essas reclamações, a situação se tornou insuportável.
LEIA MAIS: 7 segredos que você precisa saber para aproveitar Paris
As queixas da população e de um conselho distrital chegaram à decisão radical de proibir o acesso às vielas laterais de Gion. “Não somos um parque temático”, declararam os membros do conselho, mostrando a necessidade de medidas drásticas para preservar a cultura do local.
Ônibus expressos e reavaliação dos meios de transporte
Com mais de 40 milhões de turistas em 2022, Quioto enfrenta o desafio do “turismo em excesso”. A cidade procura aliviar o congestionamento reavaliando os meios de viagem. A introdução de ônibus expressos de turismo, com tarifas diferenciadas, tem como foco oferecer uma opção mais direta e eficiente para os visitantes.
LEIA MAIS: 5 países mais (e menos) seguros para se dirigir na Europa
A implementação de passes diários de ônibus também está nos planos, incentivando uma distribuição por igual do fluxo turístico. A cidade espera atingir um equilíbrio entre a vida diária dos residentes e a atração de turistas para seus pontos mais famosos.
As recentes medidas para proteger as gueixas de Gion, como a proibição de acesso às vielas laterais, buscam conter o assédio e preservar a privacidade dessas artistas. O desafio continua, pois tentativas anteriores, como cartazes pedindo respeito ao espaço pessoal, não foram o suficiente.