No início dos anos 2010, Portugal viveu um fenômeno curioso quanto à emigração de profissionais, em especial, os graduados em Enfermagem.
Uma das explicações possíveis é que a crise financeira pela qual o país passou – rastros da crise global de 2008 – tenha feito com que muitos portugueses partissem para outros países da Europa em busca de trabalhos com melhores remunerações.
Por conta desse fenômeno, uma brecha se abriu no mercado de trabalho, possibilitando a inserção de profissionais estrangeiros, inclusive brasileiros, em cargos que demandam alta capacitação, como é o caso dos enfermeiros.
A língua comum é um fator que facilita não só a contratação, mas a convivência e rotina de trabalho como um todo. Além disso, o tratado de amizade entre Brasil e Portugal facilita a entrada legal de brasileiros que tenham contratos de trabalho no país.
Mas, apesar das condições de imigração um pouco mais tranquilas, o salário vale a pena? Afinal de contas, quanto ganha um enfermeiro em Portugal?
O vencimento-base de um enfermeiro em terras lusitanas é € 1.200, ou seja, este é o valor mínimo mensal do salário para jornadas de trabalho de 35 horas semanais.
No entanto, podem ocorrer variações dependendo do local de trabalho, área de atuação e das qualificações profissionais. Com essas variáveis, o salário pode chegar a € 2.300.
Como validar o diploma de Enfermagem em Portugal?
Bons ganhos e jornadas de trabalho relativamente curtas, se comparadas ao Brasil, certamente são atrativos para muitos profissionais da área. Mas, é importante frisar que enfermeiros formados fora de Portugal devem validar o diploma no país antes de começar a trabalhar.
Para isso, há duas alternativas, sendo que a escolha entre elas depende muito do perfil e das ambições de cada profissional.
A primeira opção é dar entrada no processo diretamente na Ordem dos Enfermeiros de Portugal, em conformidade com o Estatuto da Ordem dos Enfermeiros.
A instituição fará uma avaliação do histórico escolar do profissional, diploma, ementa do curso, pedido de Requerimento de Avaliação Curricular, pagamento da inscrição na Ordem (cerca de € 90) e, por fim, pagamento da taxa para o reconhecimento do Exercício Profissional (€ 99,76).
A desvantagem dessa opção é que não é possível dar continuidade aos estudos, fazer mestrado e doutorado, por exemplo, sendo a licença exclusiva para trabalhar.
A segunda opção é a validação do diploma em uma universidade portuguesa, sendo esta mais recomendada para quem deseja continuar estudando. Apesar de burocrático, o processo torna-se mais vantajoso a longo prazo.
O requerimento deve ser realizado em uma instituição universitária que oferte o curso de Enfermagem. Um conselho analisará o histórico escolar e ementa do curso do enfermeiro.
Dependendo do resultado, será necessário permanecer na universidade por mais ou menos um ano, estudando disciplinas para complementar o currículo, adequando as qualificações do estrangeiro às determinações portuguesas.
Neste caso, o curso médio é de € 450,00, dependendo da instituição escolhida.