Quando falamos em “trem” e “metrô”, é fácil cair na armadilha de pensar que são apenas termos equivalentes para o mesmo tipo de transporte ferroviário. No entanto, segundo o especialista Miguel Angelo Pricinote, mestre em Transportes e coordenador técnico do Mova-se Fórum de Mobilidade, ao Estadão, existem diferenças significativas entre esses sistemas, que vão além da nomenclatura.
Origem e evolução
Para entender melhor, é importante voltar um pouco no tempo. A palavra “metrô” tem suas raízes no francês “métro”, que é uma abreviação de “metropolitano”, significando um sistema de transporte de alta capacidade destinado a regiões urbanas, operado por trens eletrificados.
Londres foi a primeira cidade do mundo a contar com um metrô, em 1863, sob o nome de “underground”, o que indicava sua natureza subterrânea. No Brasil, São Paulo foi a primeira cidade a receber o metrô, em 1974, adotando a palavra “metrô”, assim como os franceses.
LEIA MAIS: Conheça os mitos sobre viagens que podem atrapalhar seus planos
Fonte de energia e velocidade
Uma das diferenças fundamentais entre trens e metrô é a forma como são alimentados. Enquanto os trens geralmente utilizam eletrificação via catenária ou terceiro trilho, o metrô costuma depender mais do terceiro trilho.
Quando se trata de velocidade, os trens levam vantagem, pois a distância entre as estações permite que atinjam velocidades mais altas. Os trens e metrôs brasileiros alcançam até 90 e 80 km/h, respectivamente.
Porém, alguns trens alcançam velocidades muito elevadas, como, por exemplo, o Eurostar, que é um trem de alta velocidade que pode atingir até 300 km/h e liga Londres a Amsterdam.
Distância das estações e quantidade de carros
Outro aspecto relevante é a distância entre as estações. Os metrôs tendem a ter estações mais próximas, adaptando-se às áreas densamente povoadas das grandes cidades.
Por outro lado, os trens que atendem regiões urbanas e suburbanas costumam ter estações mais espaçadas, refletindo as maiores distâncias entre os centros urbanos e suas periferias. Além disso, os trens geralmente possuem mais carros do que os metrôs, permitindo o transporte de um maior número de passageiros em cada viagem.
LEIA MAIS: Como se vestir nesse país europeu: dicas para não cometer erros!
Bitola e distância dos trilhos
Uma diferença técnica que não é sempre perceptível para o usuário comum é a distância entre os trilhos, conhecida como bitola. Enquanto os trens das regiões urbanas e suburbanas possuem bitolas padrão, os sistemas de metrô normalmente adotam bitolas menores para conseguir realizar curvas fechadas em túneis.
ARTIGOS RELACIONADOS: