Não se sabe se é a ansiedade da idade ou mesmo a sensação de liberdade imediata no pós-pandemia. De fato, a turma que pertence à Geração Z não quer perder muito tempo para ver o mundo. Prova disso está em seu arroubo para viajar e, mais ainda, de uma forma diferente de outras gerações. Diante disso, como a Geração Z pode impactar o mercado de viagens?
De modo geral, considera-se Geração Z as pessoas que nasceram entre 1997 e 2010. E, quem vive ou visita cidades turísticas percebe, facilmente, o largo número de visitantes desta faixa etária. Tanto que metade dos adultos e adultas já é viajante frequente.
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Na verdade, essa tendência segue um movimento que a geração anterior, os Millenials, começou. Para eles, viajar não é privilégio, mas um direito. Assim, deixaram de esperar alguma estabilidade para gastar dinheiro em viagens e caíram no mundo.
O que pensa a Geração Z sobre as viagens?
Segundo especialistas, a Geração Z é um pouco cética no que diz respeito a carreiras. Primeiramente, pensam nisso como uma construção, e não em algo que prometa estabilidade. Aliás, perderam confiança nas corporações, uma vez que nunca viram garantia de emprego ou segurança no trabalho.
Ademais, as viagens estão cada vez mais acessíveis, o que empurra esse pessoal todo para uma jornada pelo mundo. Isso favorece, sobretudo, um largo contingente que ganha salários médios mensais. Ou seja, não tem tanto dinheiro assim para gastar.
Este cenário, consequentemente, reflete as preferências de viagens, uma vez que a Gen Z têm prioridades diferentes das gerações mais velhas. Por exemplo, antes, quem não tinha muita experiência em viagens baseava-se sempre no custo.
Hoje, as escolhas seguem, principalmente, os valores pessoais. Um deles é a sustentabilidade, tanto do destino quanto das empresas das quais compram. Sendo assim, enxergam as práticas éticas como o mínimo necessário nas suas decisões.
Além disso, existe uma priorização pela aventura, benefícios para a saúde mental e experiências culturais. Assim, a Geração Z tende a buscar destinos inéditos e por períodos mais longos. Em outras palavras, o objetivo é ter uma experiência de viagem, e não apenas férias.
Para onde a Geração Z viaja?
A princípio, a viagem se coloca como uma forma de se conectarem com a natureza, diferentes culturas e consigo mesmos. Deste modo, os destinos são bem diferentes do que seus pais e mães, por exemplo, costumavam escolher.
De acordo com o aplicativo de viagens Hopper, a Ásia é um dos continentes mais buscados pela Geração Z e Millennials estadunidenses. Só para ilustrar, as pesquisas aumentaram 50% em 2023, se comparado com o período anterior à pandemia da Covid-19.
Quanto aos países, a Tailândia é um dos mais populares, sobretudo como ponto de partida para um tour pelo Sudeste Asiático. Em seguida, vêm Vietnã, Filipinas e outros destinos da região.
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Mas, por que essa preferência? Primeiramente, o valor, consideravelmente inferior a outros destinos igualmente populares. Entretanto, as pessoas consideram, também, o contato com a natureza e a diversidade, tanto de paisagens quanto atrações para visitar e culturas.
Há também os famosos festivais, como o Ha Giang Loop, a festa da lua cheia de Koh Phangan e o Komodo Tour. De fato, estes países sempre foram um destino certeiro de jovens e mochileiros, mas atrai, de forma particular, a Geração Z.
A crescente participação da Geração Z no mercado de viagens continua a impactar a maneira como ele opera. E, longe de ser um reflexo negativo, trata-se de observar melhorias significativas. Essa tendência nos obriga a reconhecer o privilégio que temos em, simplesmente, viajar. Mais do que isso, a necessidade de reavaliarmos as instituições que apoiamos.