Ilha europeia paradisíaca não quer mais turistas – Entenda o motivo!

Não dá para negar que o turismo vem tomando uma proporção gigantesca, sobretudo após os anos em que ficamos impossibilitados de conhecer o mundo por conta das restrições de saúde durante a última pandemia. Só para ter uma ideia, relatório do Banco Mundial revela crescimento superior a 21% de visitantes internacionais, do ponto de vista global, em 2023.

O problema é que a crescente popularidade de uma determinada ilha europeia chegou ao ponto de as pessoas não quererem mais turistas lá. Será por quê?

A decisão veio dos moradores de Binibeca Vell, uma pequena vila de pescadores que fica em Menorca, na Espanha. Segundo a revista Time Out, os nativos da ilha relatam sobrecarga com tanta gente chegando por lá e, de fato, querem uma pausa dos visitantes.

Por que Binibeca Vell não quer mais turistas?

A vila é pequenininha, tranquila e tem um mar azul de dar inveja. Talvez, esse visual idílico seja o principal responsável por levar tanta gente à ilha. No entanto, embora o turismo dê dinheiro, também leva uma série de desafios para os residentes locais, que se sentem oprimidos pela constante afluência de pessoas.

Afinal, cerca de 800.000 passam pela ilha anualmente, principalmente entre maio e outubro. Espera-se que este ano alcance a impressionante cifra de 1 milhão. E sabe qual é o número estimado de moradores? Cerca de 300 que, há anos, reclamam da atividade turística ostensiva. Não só isso, mas dos abusos que muitos visitantes cometem.

Entre os relatos de moradores, estão os de turistas que entram nas casas, sentam-se em cadeiras, pegam coisas, escalam as paredes e até organizam festas. Como resultado, houve a implementação de medidas um tanto quanto drásticas neste sentido.

Uma delas foi a criação de um programa pelo qual os habitantes recebem €15.000 para ajudar a limpar o lixo deixado pela turma imprudente. A mais recente, entretanto, já encaminha para a restrição dos turistas: não-moradores só podem entrar na ilha entre 11h e 20h.

Afinal, existe uma preocupação de que, sem medidas para limitar o número de visitantes, isso continue afetando os residentes durante o verão. Explicação mais do que plausível para esta ilha europeia não querer mais turistas, né?

Preocupação com a economia

Claro que os 195 proprietários de casas em Binibeca Vell estão preocupados com o impacto nos negócios que dependem do turismo local. Entretanto, mesmo estas famílias sentem que não têm outra opção a não ser fechar completamente o acesso à vila.

A princípio, a restrição não contemplaria a costa. Ou seja, de lá, ainda seria possível visitar o perímetro da vila. Porém, o acesso às ruas internas não seria permitido. Justamente a imagem que as pessoas mais querem para o Instagram.

Não é só a ilha europeia que não quer mais turistas

Viajar é bom? Sim, e conhecer lugares novos, também. Mas, tudo tem limite, né? Algo que alguns viajantes parecem não obedecer. Tanto que outros destinos populares estudam formas de afastar turistas de suas áreas. Por exemplo:

• Veneza: com o fenômeno do over tourism, a cidade adota medidas como limitar o acesso de cruzeiros, além de cobrar uma taxa de entrada para visitantes de um dia.
• Santorini: o aumento massivo de turistas gerou preocupações sobre a preservação do patrimônio e da infraestrutura. Isso impulsionou discussões sobre a limitação do acesso e a regulamentação da indústria turística. Mais uma ilha europeia no mesmo caminho da que não quer mais turistas.
• Machu Picchu: o sítio arqueológico enfrenta pressões pela quantidade de visitantes, o que também levou a discussões sobre limitar o acesso diário. Ainda, aumentar as regulamentações para preservar sua integridade cultural e ambiental.
• Ilhas Galápagos: o ecossistema frágil e único levantou diálogos sobre a necessidade de limitar o número de visitantes e restringir certas atividades turísticas. As medidas visam sobretudo proteger a biodiversidade local.
• Butão: o pequeno reino no Himalaia implementou medidas para promover um turismo sustentável e de baixo impacto. Por exemplo, a imposição de taxas diárias e a limitação de visitantes para preservar sua cultura e meio ambiente.
• Ilhas Faroe: a beleza natural e a vida selvagem única das Ilhas Faroe levaram a conversas para evitar o sobreturismo e proteger o delicado equilíbrio ecológico.

O fato é que, nem todos os turistas, mas sempre turistas. É lamentável que alguns comportamentos desagradáveis estraguem a experiência de alguns. Não apenas à Binibeca Vell, mas todos estes destinos incríveis. Mas, convenhamos: pessoas moram ali e precisam preservar sua qualidade de vida.