O Exército de Terracota é considerado uma das maiores descobertas do século XX, sendo famoso em todo o mundo. Localizado a 40 km de Xi’an, guarda 2.200 anos de história anteriores à própria unificação da China. Construído para guardar os objetos funerários do Imperador Qin Shi Huang, tem quatro poços (no entanto, o quarto poço foi deixado inacabado) que cobrem, no total, 25.380 m² de área. Confira, a seguir, fatos e curiosidades sobre o Exército de Terracota.
O Exército de Terracota faz parte do maior complexo de tumbas imperiais antigas do mundo, o mausoléu de Qin Shi Huang. São cerca de 8.000 diferentes estátuas, com tamanho variando entre 1,75 e 1,90 m de altura.
Cada estátua apresenta seus próprios gestos e expressões faciais, algumas até coloridas. O que mais impressiona nas estátuas é o quanto revelam sobre a tecnologia, militares, artes, cultura e militares do Império Qin.
O Exército de Terracota começou a ser construído em 246 a.C. pelo então rei do Estado Chinês Qin, Qin Shi Huang, depois de ascender ao trono, com apenas 13 anos de idade. Em 221 a.C. Qin Shi Huang se tornaria ainda o primeiro imperador de uma China unificada. Não à toa, o Exército de Terracota é considerado a Oitava Maravilha do Mundo.
Conheça os principais fatos e curiosidades sobre as estátuas.
História e Fatos sobre a construção do Exército de Terracota
Nos séculos V e IV aC, o sul da Ásia estava dividido e envolvido em intensos conflitos perante a queda do Império de Alexandre, o Grande, bem como o desaparecimento da dinastia indiana Maurya.
A partir do ano 316 aC, teve início uma série de campanhas contra outros reinos realizadas pelo reino de Qin. Assim, em 221 aC, após a conquista do último reino guerreiro remanescente, nasceu a poderosa dinastia Qin, na China central, responsável pelo primeiro período de unificação total do país. Naquela época, a dinastia concentrava, nada menos, que 20 milhões de pessoas e receita anual estimada em 2 mil quilos de prata.
Graças ao poderio econômico e militar, foi possível que a dinastia Qin então projetasse e concluísse o Exército de Terracota, um projeto funerário com guerreiros de Terracota que guardavam o mausoléu do Primeiro Imperador Qin.
O líder estabeleceu o primeiro estado centralizado da China, consequentemente, foi o primeiro imperador de todo o país. O intuito do projeto era replicar as tropas invencíveis da Dinastia Qin.
Sendo assim, a missão do Exército de Terracota era proteger o grande imperador no pós-morte. No entanto, estudiosos defendem que a verdadeira dona dos quatro poços era a Imperatriz Xuan, a tataravó de Qin Shi Huang, que controlou a corte por 41 anos. Caso esta hipótese se confirme, o ousado projeto tem, simplesmente, meio século a mais de história.
Após sua construção, o Exército de Terracota foi enterrado em 208 aC, sendo revelado ao mundo somente em meados da década de 70.
Por que homenagear o Exército de Terracota?
O povo chinês creditava a transição de uma nação pequena e insignificante para uma potência ao forte exército do Estado de Qin. Por isso, na construção, foi representada a formação de tropas do Estado de Qin.
Ao todo, são cerca de 8.000 guerreiros, 150 carruagens, 670 cavalos e mais de 40.000 armas distribuídas em três poços. Os poços tem as seguintes características:
- Fosso 1: é o maior, com 230 metros de largura e 62 metros de profundidade, o equivalente a dois campos de futebol. A formação militar deste poço é feita de carros e infantaria. Existem mais de 6.000 figuras individuais e 50 carruagens, no total.
- Fosso 2: com a metade da área do primeiro fosso, abriga bigas, infantaria, cavalaria e besteiros (soldados).
- Fosso 3: a sede das formações vistas nos dois fossos acima, tem 68 figuras, quatro cavalos, uma carruagem e 34 armas desenterradas até agora.
É interessante observar a dificuldade em encontrar duas figuras semelhantes nas três fossas. Cada soldado tem suas próprias características faciais, o que significa haver 8.000 rostos diferentes.
O que mais tem no Exército de Terracota?
Além das esculturas de barro, as fossas também guardam dois conjuntos de carruagens e cavalos de bronze. As peças foram desenterradas cerca de 18 metros a oeste do mausoléu do imperador, em 1980.
Contudo, antes da escavação, haviam se despedaçado em mais de 1.000 pedaços. Oito anos de trabalho foram empreendidos na restauração, no intuito de reproduzir a aparência original.
As peças são os maiores e mais bem preservados carros de bronze da China, com metade do tamanho dos carros reais imperiais de Qin Shi Huang.
O primeiro conjunto pesa 1.061 quilos, com comprimento de 225 centímetros e altura de 152 centímetros. O segundo tem 317 centímetros de comprimento e 106 centímetros de altura, pesando 1.241 quilos. Ouro e prata foram usados para decorar as carruagens e os acessórios dos cavalos.
Quem encontrou o Exército de Terracota?
O mais curioso é que as fossas funerárias foram acidentalmente descobertas por um grupo de fazendeiros, em março de 1974. Eles cavavam um poço quando, de repente, visualizaram a grande tropa militar.
Obviamente, a descoberta fez o maior barulho no mundo todo! Os quatro poços continham, no total, cerca de 8.000 figuras e cavalos requintados, incluindo generais corpulentos, oficiais militares resolutos e soldados.
A grandiosidade da descoberta fez com que fosse considerada a Oitava Maravilha do Mundo pelo ex-primeiro-ministro francês Chirac, no início de 1978, tornando-se Patrimônio Mundial da UNESCO em 1987.
Curiosidades sobre o Exército de Terracota
Os Guerreiros de Terracota têm entre 1,8 m e 2 m de altura, ou seja, mais altos do que os chineses modernos. Isso se deve à exigência de soldados altos e fortes, uma vez que a principal forma de batalha era o combate corpo a corpo.
Por outro lado, a representação traz a ideia de mostrar a imponência desse exército. Mas, registros históricos e esqueletos mostram que os povos antigos eram, de fato, mais altos do que os modernos.
Apenas oito moldes foram usados para fazer o perfil de cada soldado, mas ainda assim há 8 mil rostos diferentes no conjunto de estátuas. As 8.000 faces distintas foram esculpidas individualmente por artesãos, consumindo grande quantidade de mão de obra.
A habilidade de modelagem dos artistas da Dinastia Qin é comprovada nas vívidas expressões faciais criadas de cada guerreiro. Não há duas estátuas de guerreiros exatamente iguais no exército.
Mesmo que as figuras sempre apareçam na cor cinza, na verdade, todas foram originalmente pintadas com cabelo, barba e sobrancelhas pretas. Os uniformes também foram pintados em cores brilhantes, incluindo escarlate, verde, preto e roxo.
O ambiente úmido subterrâneo preservou a tinta, porém, uma vez que as figuras foram escavadas, houve rachaduras e empenamentos. Consequentemente, as cores desbotaram.
Desde a descoberta do Exército de Terracota, mais de 8.000 soldados, 150 carruagens e 670 cavalos foram descobertos. Porém, músicos, acrobatas e concubinas também foram encontrados em fossos recentes, bem como pássaros, aves aquáticas e patos. Acredita-se que o imperador Qin desejava exatamente essas figuras na sua vida após a morte.
A construção dos Guerreiros de Terracota começou em 246 aC, quando Qin Shi Huang assumiu o trono do Estado de Qin, e terminou em 206 aC, quatro anos após sua morte. Mais de 700.000 trabalhadores trabalharam 24 horas por dia, por aproximadamente 40 anos, para concluir o exército de terracota e o complexo de tumbas.
O Exército de Terracota é um local mundialmente famoso e, por isso, recebe grande número de visitantes, especialmente nos finais de semana e feriados. A estimativa é de que mais de 5 milhões de pessoas visitem o local anualmente.
História impressionante a do Exército de Terracota, não é mesmo? Diante de tantos fatos e curiosidades interessantes sobre o complexo funerário, dá vontade de seguir viagem pelo mundo, não é mesmo? Também na China, encontramos a maior ponte de vidro do mundo e a exótica praia vermelha de Liaoning.