As ruínas de Tikal, na Guatemala, são uma das atrações mais populares do país. Também é um verdadeiro presente para os amantes da história dos povos pré-colombiano. A cidade de Tikal, na região de Petén, foi a mais próspera do Período Maia e suas altas pirâmides de calcário atraem visitantes de todo o mundo. Conheça, com a gente, a história e curiosidades sobre as misteriosas ruínas de Tikal.
O cenário das ruínas parece tirado de um filme de Indiana Jones e o reino permanece envolto em mistério. Hoje chamado de Parque Nacional de Tikal, o complexo fica em plena Reserva da Biosfera Maia, uma extensa área de 2,4 milhões de acres criada para proteger as matas naturais da extração ilegal. O parque foi criado em 1966 como a primeira área protegida da Guatemala.
Tikal se tornou um Patrimônio Mundial da UNESCO em 1979, com suas largas calçadas e pirâmides imponentes. Situada a duas horas da fronteira com Belize, é parada obrigatória para quem conhece os dois países. Se você integra o grupo dos apaixonados por ruínas históricas, prepare- se para conhecer a história e curiosidades sobre as ruínas de Tikal, na Guatemala. Aproveite e faça já seu roteiro de viagem nas próximas férias!
Sobre as ruínas de Tikal
Você já ouviu falar em Mesoamérica? Trata-se do termo usado para designar México e América Central antes da chegada dos espanhóis, em 1500. A região era governada pelos maias, cujas ruínas podem ser encontradas na Guatemala, Belize, El Salvador, Honduras e México. E, o que isso tudo tem a ver com Tikal? As imponentes pirâmides estão na Mesoamérica e a anterior superpotência maia cobre uma área de 575,83 m².
Além de abrigar uma enorme selva intocada, o parque é mundialmente conhecido por ser o lar de milhares de construções maias em ruínas, entre elas, o Patrimônio Mundial da UNESCO de Tikal. Ao todo, são mais de 3 mil edifícios com 16 km² de extensão de grande importância arqueológica e ecológica. Tudo ali impressiona, mas o que chama a atenção assim, logo de cara, é a Grande Praça, com palácios, edifícios cerimoniais e altares.
Também na praça, estão as estrelas de Tikal, as duas pirâmides gigantes conhecidas hoje como Templo I e Templo II. O primeiro tem 47 metros de altura e foi dedicado a Jasaw Chan K’awil, que morreu no ano 734 DC. Também conhecido como Templo do Grande Jaguar, a estrutura foi adicionada ao complexo dez anos após a morte do rei. Embora fechado ao público, arqueólogos descobriram um templo em seu topo, com três quartos e um arco.
O vizinho Templo II, por sua vez, tem edificação estimada no ano 700. Conhecido como Templo da Máscara, foi construído por ordem de Kasaw Chan K’awil para sua esposa, Lady 12 Macaw, embora nenhum túmulo com restos humanos tenham sido descobertos em seu interior. A pirâmide chega a 38 metros e é precisamente orientada para o sol nascente, dando aos visitantes uma vista incomparável do resto da cidade e da selva circundante.
Outra estrutura enorme em Tikal é o Templo do Sacerdote Jaguar ou Templo III. Medindo majestosos 55 metros de altura, acredita-se ser o local de descanso final do Senhor Chi’taam, o último homem a governar a cidade. O interior do Templo III ainda exibe entalhes elaborados, mas o telhado sofreu grandes danos com o passar dos anos. Por isso, o templo está fechado para visitação.
A quinta das grandes pirâmides de Tikal é o Templo V. Construída por volta de 750 DC, a estrutura tem 57 metros de altura e foi destinada a ser um local mortuário. Entretanto, os arqueólogos ainda não identificaram quais restos mortais estão lá dentro.
Por fim, temos o Templo VI, ou Templo das Inscrições. Com 12 metros de altura, pode parecer pequeno perto das demais, mas abriga mais 186 hieróglifos que contam a história da cidade.
Ué, mas não existe um quarto templo entre as pirâmides de Tikal? Sim! Um pouco mais longe da Grande Praça, temos o Templo da Serpente de Duas Cabeças, oficialmente conhecido como o Templo IV. A pirâmide mais alta da cidade maia mede impressionantes 70 metros de altura e foi construída em 740 por Yik’in Chan Kawil, filho do Lorde Jasaw Chan K’awil.
A história de Tikal, na Guatemala
Tikal era o coração do império maia, centralizando a maior parte da chamada Mesoamérica nos aspectos econômicos, políticos e militares. Por volta de 600 DC, a capital maia tinha construções importantes, como escola, hospital, estádio esportivo e uma biblioteca com milhares de livros. Mas, aqui, um triste adendo: dos inúmeros exemplares, só quatro destes livros maias conseguiram resistir ao tempo.
Estimativas dos arqueólogos dão conta de que os maias chegaram à área de Tikal há cerca de 3.000 anos. Aos poucos, a humilde cidade tornou-se uma megacidade-estado, tamanha sua importância comercial, cultural e religiosa. Os templos, por sua vez, foram construídos por volta do ano 700, quando Tikal tornou-se a cidade mais proeminente do mundo maia, com aproximadamente 100.000 habitantes.
O colapso da civilização maia, e de Tikal …
Os motivos pelos quais a civilização maia entrou em colapso, 100 anos depois da construção de Tikal, ainda são desconhecidos. Porém, suas estruturas acabaram abandonadas, de forma que, quando Hernán Cortés chegou à região, em 1525, pouca gente se lembrava da cidade perdida na selva. Tanto que os colonizadores espanhóis passaram perto, mas sequer a redescobriram.
Tikal só voltou a tona, de forma oficial, em 1848, através de uma expedição arqueológica enviada pelo governo da Guatemala. Assim, verdadeiras jóias foram redescobertas e reveladas ao mundo. Ali, resistiam dezenas de pilares de pedra, cada um combinado com um altar circular. Segundo pesquisadores, esses pilares eram usados para registrar a história e as realizações dos governantes de Tikal.
Mais estudos afirmam que as pirâmides eram usadas como observatórios astronômicos. Matemáticos formidáveis, os maias criaram um calendário extremamente preciso de 260 dias que, a cada 52 anos, se mesclava aos tradicionais com 365 dias. Porém, entre as várias descobertas de Tikal, talvez, a mais misteriosa seja os pilares de pedra que descrevem algum importante evento ocorrido no país há mais de 400 milhões de anos.
Um fator intrigante sobre Tikal é que ninguém sabe ao certo o que causou seu fim. Em 950 DC, a cidade já estava totalmente abandonada. A maioria dos pesquisadores acredita que a seca e o desmatamento foram, no mínimo, fatores contribuintes, mas ainda são apenas teorias. O local foi restaurado entre as décadas de 50 e 60, graças ao trabalho conjunto do governo da Guatemala e do Museu da Universidade da Pensilvânia.
Em 1979, a cidade de Tikal foi finalmente reconhecida como Patrimônio Mundial pela Unesco. Hoje, Tikal é um importante ícone cultural para a Guatemala, tanto quanto as pirâmides de Gizé são para o Egito.
Curiosidades sobre as ruínas de Tikal, na Guatemala
A civilização maia foi, certamente, uma das mais evoluídas da humanidade e nos deixou um legado impressionante. Como pudemos ver, as ruínas de Tikal estão entre os surpreendentes feitos deste povo pré-colombiano e, claro, valem uma visita!