A história e curiosidades do Coliseu, palco de lutas e história do Império Romano

Uma das construções mais emblemáticas do mundo reflete o poder de Roma em seu apogeu, sendo palco de lutas e espetáculos.

Anfiteatro Flaviano. Já ouviu falar? Não? E sobre o Coliseu? Ah, com certeza deve ter vindo à sua mente a imagem imponente da construção que simboliza o auge do Império Romano! O emblemático monumento localizado em Roma, na Itália, resiste desde a Antiguidade e é um dos pontos turísticos mais visitados do país. Conheça a história e curiosidades do Coliseu, como o monumento revela habilidades arquitetônicas e poder. 

O Coliseu: um dos pontos turísticos mais visitados no mundo

O Coliseu, ou Colosseo, foi finalizado em 80 d.C., quando o Império Romano era ainda o centro do mundo. Porém, levou oito anos para ser construído e a obra passou pelas mãos de dois imperadores – Vespasiano e Tito. Depois, já no governo do Imperador Domiciano, o Anfiteatro Flaviano, cujo nome só foi alterado para o que conhecemos séculos depois, passou por algumas modificações em sua arquitetura. 

O objetivo de construir algo tão colossal era abrigar espetáculos, mas foi mesmo um outro tipo de show que marcou a história do Coliseu: o embate entre gladiadores. Lembra do filme estrelado por Russell Crowe? Para “complementar” o entretenimento, animais selvagens trazidos da África, como leões e leopardos, eram inseridos no combate a qualquer instante. Saiba mais sobre isso e outros detalhes da história do Coliseu.  

A História do Coliseu

Antes de adentrarmos nas finalidades pouco ortodoxas do Coliseu, é bom saber que sua história tem episódios marcantes antes mesmo de ser construído. Em 64 d.C., a área onde o monumento foi levantado passou por incêndio de grandes proporções. Na época, o Grande Incêndio em Roma foi atribuído ao Imperador Nero. Depois disso, ele construiu uma área pessoal de lazer, o Palácio de Ouro, lago e a estátua que o representava. 

Já em 70 d.C., o então Imperador Vespasiano instituiu a famosa política do pão e circo, no intuito de conquistar o apoio do povo romano. Foi aí que decidiu demolir toda a estrutura construída por Nero para dar espaço a um espaço de entretenimento. Isso incluiria as batalhas de gladiadores, execuções e outros eventos que a população julgava como forma de diversão. 

A estrutura do Coliseu

A ideia de construir o Coliseu deu a Vespasiano tanto o apoio do povo quanto a possibilidade de marcar seu próprio poder em pleno coração da cidade. Não há registros oficiais de quem foram o arquiteto e engenheiros idealizadores, mas o projeto, sem dúvida, é um dos mais emblemáticos de toda a história. A opulenta fachada é feita de arcadas decoradas com colunas coríntias, jônicas e dóricas, conforme o pavimento onde estavam. 

Inicialmente, o Coliseu romano tinha três andares, cada um com 80 arcos de sete metros de altura cada. As colunas serviam para diferenciar os pisos entre si. Os dois primeiros (pódio e maeniana) seriam destinados aos imperadores, senadores e elite para que tivessem vista privilegiada dos espetáculos. Nos reinados de Alexandre Severo e Gordiano III, mais um andar foi inserido no monumento. 

Interior do Coliseu

Então, o terceiro piso (pórtico) era ocupado por plebeus livres, enquanto o último ficou para as mulheres livres e escravos. Outros anfiteatros romanos construídos depois ficavam em zonas de encosta ou enterrados em algum local. O Coliseu se diferenciava por ter um anel ao seu redor para garantir sustentação. Tal subestrutura também servia de ornamento, além de condicionar a entrada dos espectadores.

Falando neles, como faziam para chegar até o topo, considerando os três andares que, posteriormente, viraram quatro? A população chegava às arquibancadas por 80 escadas que, a propósito, também serviam de sustentação aos assentos. Engenhoso, não? Tanto que os estádios atuais usam essa mesma configuração! E quais foram os materiais usados na construção do Coliseu? O Anfiteatro Flaviano foi todo construído com o emprego de:

  • tufo, um tipo de pedra calcária com grandes poros 
  • ladrilho
  • pedra travertina 
  • 100 mil m³ de mármore 

O Coliseu atingiu altura de 45m e a arena media 87,5 m por 55 m, com piso de madeira. Sob esse mesmo piso, havia um nível subterrâneo onde ficavam as celas e jaulas que davam acesso direto à arena. A construção do monumento gigantesco deu popularidade a Vespasiano. Mas, o imperador faleceu no meio da execução da obra, e quem entregou mesmo o anfiteatro foi seu filho Tito, com os 100 jogos inaugurais realizados em 80 d.C.  

 

Nível subterrâneo do Coliseu

O Coliseu foi usado para entretenimento durante cinco séculos e muitos espetáculos tinham cenário baseado na mitologia romana. 

Após o primeiro terremoto que abalou sua estrutura (como veremos adiante), o monumento foi restaurado. Depois, o Coliseu serviu de base militar.

Origem do nome Coliseu

O nome de Anfiteatro Flaviano foi dado pelo fato de que o monumento foi erigido durante a Dinastia Flaviana. A alcunha de Coliseu, por sua vez, seria fruto do fato de a construção ser feita sobre o lago da casa de Nero. Nele, ficava a tal estátua do imperador que, na ocasião, era chamada de “Colosso”.

Reconstrução em 3 dimensões do Coliseu

Curiosidades do Coliseu de Roma

  • O Coliseu foi o primeiro anfiteatro construído em Roma. Sua altura corresponde a um prédio de dois andares. 
  • Além dos já crueis embates entre gladiadores e animais selvagens, a Igreja Católica afirma ter havido a martirização de cristãos no Coliseu, que eram lançados aos leões. Não há provas sobre o fato.
  • A entrada nos eventos realizados no Anfiteatro Flaviano era gratuita, o que contribuia para o seu sucesso. 
  • Durante as grandes batalhas, o Coliseu chegou a abrigar eventos com 50 a 80 mil pessoas.
  • Para dividir o acesso de plebeus aos pisos da elite, foram construídos corredores específicos e alguns deles permanecem preservados.  
  • Parte da estrutura do Coliseu foi desmoronando ao longo do tempo. Parte disso se deve a grandes terremotos, sendo o primeiro provavelmente ocorrido entre 523 e 526. Outro tremor aconteceu na primeira metade do século IX, destruindo as colunas do piso superior. Mais um abalo sísmico, desta vez, em 1231, foi responsável por fazer a fachada externa cair.
  • Nem só de gladiadores e animais selvagens eram feitos os espetáculos que distraíam a população romana no Coliseu. O anfiteatro foi palco, também, de simulações das batalhas navais, as naumachie. Uma delas foi registrada pelo poeta Marcial, em 80 d.C., ou seja, logo após a inauguração.  A arena era enchida de água que, finalizado o espetáculo, escorria graças a poços internos.
  • Voltando aos jogos inaugurais, estima-se a morte de 2 mil gladiadores e 9 mil animais.  
  • Na Idade Média, houve saques sucessivos de mármore e bronze para ornamentar igrejas e monumentos católicos. Até mesmo a Basílica de São Pedro, no Vaticano, tem peças de mármore que foram retiradas do anfiteatro. Estes saques perduraram também pela Renascença. 
  • Pensa que o vandalismo acabou na Idade das Trevas e Renascimento? Em 2017, quatro turistas estrangeiros (Alemanha, Áustria, Equador e França) tentaram deixar marcas de que “passaram por ali”. Um ano depois, foi a vez de um brasileiro de 17 anos ser denunciado por gravar a inicial de seu nome em uma das paredes do monumento.   
  • Em 2018, foi registrada a visitação de mais de 7,4 milhões de turistas, 5,7% a mais que em 2017. Tanto que, no mesmo ano, o Tripadvisor (site especializado em viagens), publicou uma lista com os destinos mais visitados do mundo, destacando o Coliseu de Roma em primeiro lugar.
  • O Coliseu foi incluído pela Unesco na lista dos Patrimônios da Humanidade e, desde 2007, integra a lista das Sete Maravilhas do Mundo Moderno. 
  • A última restauração do Coliseu foi operada pela empresa italiana Tod’s, sob o custo de 25 milhões de euros.
  • O Coliseu ilumina-se de forma especial, anualmente, no dia 30 de novembro, como forma de protesto contra a pena de morte.
  • Paul Mccartney, Andrea Bocelli, Ray Charles e Elton John estão entre as personalidades que já se apresentaram no Coliseu.
Comentários (0)
Adicionar Comentário