Além da Síndrome de Estocolmo: 4 cidades e seus misteriosos efeitos psicológicos

No mundo da medicina, é comum que doenças e síndromes sejam nomeadas a partir de locais, estabelecendo uma conexão direta com suas origens. Isso é evidente em casos de doenças infecciosas como Zika e Ebola, que recebem nomes de lugares em Uganda e na República Democrática do Congo.

Essa tendência se estende à psicologia, com síndromes específicas referenciando cidades em situações de reféns, como a síndrome de Estocolmo, onde a vítima desenvolve empatia pelo captor.

Menos conhecidas, porém intrigantes, são as síndromes de Lima e Londres. Na síndrome de Lima, ocorre o oposto da de Estocolmo, com o perpetrador sentindo afeição pela vítima. A síndrome de Londres, mais rara, envolve vítimas desafiando seus captores, muitas vezes resultando em desfechos fatais.

Essas denominações geográficas proporcionam um contexto importante para o entendimento científico desses fenômenos complexos. Portanto, continue lendo e conheça outras síndromes das quais talvez você não soubesse.

Síndrome de Jerusalém

A Síndrome de Jerusalém, uma condição psicológica peculiar, vem intrigando especialistas desde sua primeira documentação nos anos 1930 pelo psiquiatra Heinz Herman.

Turistas de várias crenças, ao chegarem a Jerusalém, encontram-se subitamente imersos em intensas experiências religiosas, muitas vezes acreditando terem se transformado em figuras bíblicas ou recebido profecias.

Este fenômeno, confirmado em relatos no “The Jerusalem Post” e estudos no “British Journal of Psychiatry”, manifesta-se por meio de comportamentos que vão desde proclamações proféticas em locais públicos até rituais religiosos privados em acomodações de hotéis.

Síndrome de Florença

A Síndrome de Florença, também conhecida como Síndrome de Stendhal, é uma resposta psicológica intensa à riqueza cultural de Florença, causando palpitações, tonturas e até mesmo psicoses paranoicas em casos graves, como documentado pela Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA.

O fenômeno foi primeiramente descrito em 1817 pelo escritor francês Stendhal, ao vivenciar pessoalmente o impacto avassalador do legado artístico da capital do Renascimento italiano.

Síndrome de Paris

Anualmente, cerca de 12 turistas japoneses sofrem da Síndrome de Paris durante sua primeira visita à famosa metrópole.

Principalmente indivíduos por volta dos 30 anos, esses visitantes experimentam ansiedade e alucinações, impulsionadas pela desilusão com a capital francesa, cuja realidade agitada e por vezes caótica contrasta fortemente com a imagem romantizada promovida em filmes e literatura.

A reação, muitas vezes exacerbada pela informalidade das ruas de Paris, que diverge dos padrões japoneses, manifesta-se em crenças delirantes, como a percepção de que estão sendo espionados ou fazendo parte da realeza histórica.

Síndrome de Veneza

De 1988 a 1995, Veneza foi palco de uma série de tentativas de suicídio realizadas por turistas estrangeiros, evidenciando um fenômeno conhecido como Síndrome de Veneza. Dos 51 casos registrados, 16 resultaram em morte.

Surpreendentemente, os 35 sobreviventes compartilhavam uma motivação peculiar: todos viajaram para a emblemática cidade com a intenção premeditada de encerrar suas vidas.

A síndrome, que parece afetar desproporcionalmente visitantes da Alemanha, tem raízes em uma associação simbólica de Veneza com a morte e a decadência, aspectos popularizados em obras literárias como “Morte em Veneza”, de Thomas Mann.

A natureza romântica e melancólica da cidade catalisa sentimentos de desespero em indivíduos já predispostos, levando-os a tentativas de suicídio, que incluem desde overdoses, comuns entre mulheres, até saltos fatais das pontes venezianas, mais frequentes entre homens.

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