A Oitava Maravilha do Mundo existe e fica no Paquistão – Conheça!

Atravessando paisagens rochosas surreais, a Rodovia Karakoram é, sem dúvidas, uma viagem dos sonhos

Machu Picchu, Cristo Redentor, Taj Mahal… Construções incríveis que, sem dúvida, merecem estar entre as maravilhas do mundo moderno. Mas sabia que, no Paquistão, há uma rota que leva, literalmente, a uma viagem dos sonhos? Chamada de “Shangri-lá” pelo romancista James Hilton, a Rodovia Karakoram é, certamente, a Oitava Maravilha do Mundo. E você precisa conhecer.

Embora pouca gente tenha ouvido falar dela, esta estrada passa pelo Vale do Hunza e atravessa paisagens rochosas até picos de neve. Sim, estamos falando de neve acumulada a 7 mil metros de altitude, em pleno verão. Isso faz com que verdadeiras cachoeiras glaciais desçam para alimentar o rio no pé da montanha.

Saiba mais sobre a Rodovia e toda a cultura que a estrada mostra no interior do Paquistão.

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Onde fica a Oitava Maravilha do Mundo?

A Rodovia Karakoram começa, de fato, na cidade de Hasan Abdal, pertinho de Islamabad, capital do Paquistão. No entanto, sua extensão de 1.300 km leva até a China, mais precisamente à região autônoma de Xinjiang. E pense em uma estrada cheia de simbolismos!

Só para ilustrar, cruza Khunjerab, nada menos que a mais alta passagem de fronteira pavimentada do mundo, com aproximadamente 4.700 metros.

A construção da Oitava Maravilha do Mundo começou em 1958, envolvendo mais de 24 mil trabalhadores, entre chineses e paquistaneses. No entanto, somente vinte anos depois houve a inauguração para a circulação de carros. Com isso, vieram turismo, comércio e, claro, facilidade para explorar essa área, até então remota.

Porém, percebeu que o nome da rodovia é Karakoram? Então, ele vem justamente do Vale do Hunza, região cercada pelas montanhas que batizam a estrada. O trecho tem 194 quilômetros e passa por geleiras, lagos e picos nevados. E, sobretudo, mostra a cultura e tradição milenares que, de fato, tornam a região tão especial.

Lago Attabad

A verdadeira riqueza da Oitava Maravilha do Mundo

Embora a abertura para veículos tenha ocorrido na década de 70, o Vale Hunza permaneceu isolado do mundo devido à sua geografia única. Habitado principalmente pelos povos Burusho e Wakhi, esta remota região possui uma cultura, língua e música distintas.

Elementos da Oitava Maravilha do Mundo diferentes daqueles que você encontraria no restante do Paquistão ou em qualquer outro lugar do planeta.

Inegavelmente, um dos pontos mais fortes da região é Altit, uma vila com mais de 1.100 anos de história e compromisso com a preservação cultural. Só para ilustrar, há uma escola chamada Leif Larsen Music Center, cuja missão é transmitir a música tradicional do vale às gerações futuras.

Forte em Altit

Essa preocupação existe principalmente devido ao entendimento de que a população tem da presença da música em todos os aspectos da vida. Por exemplo, na colheita ou no corte de trigo, quando as pessoas cantam músicas folclóricas tradicionais. No entanto, os jovens arriscam perder esse conhecimento caso práticas como as promovidas pela escola não existam.

Outro ponto forte da Oitava Maravilha do Mundo é a tentativa de preservar algumas tradições, como carregar gramíneas em cestos de madeira, conhecidos como girans, um costume que sobreviveu à modernização.

Também estão presentes a manutenção de celebrações importantes no calendário, por exemplo, o Ginani (a chegada da primavera). Na festividade, as pessoas usam roupas bordadas típicas da região.

Empoderamento feminino

O Paquistão é conhecido por ser um país com um regime patriarcal forte. No entanto, Hunza se destaca como uma região mais progressista, principalmente devido à predominância do Ismailismo, um ramo moderado do Islã conhecido por promover a igualdade de gênero e os direitos das mulheres.

Por isso, na região, a educação e a prática esportiva são incentivadas para as jovens, muitas das quais buscam formação universitária. Isso se reflete no espaço inclusivo de aprendizado que promove a participação ativa das mulheres na música tradicional.

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Ademais, Gulmit, parte da região de Gojal, revela-se como um centro de empreendedorismo feminino. Enquanto apenas 20% das mulheres paquistanesas participam da força de trabalho formal, as mulheres em Hunza administram restaurantes, lojas e até atuam como carpinteiras.

Um exemplo notável é Korgah, uma antiga casa de 400 anos que abriga uma fábrica de tapetes dirigida por mulheres. Desde 1998, Shamim Bano, uma nativa da aldeia, treinou centenas de mulheres locais na arte da tecelagem de tapetes.

Esses tapetes tradicionais, conhecidos como “sharma” ou “plos” em Wakhi, são feitos de pêlos de iaques ou cabras e são uma parte vital da cultura da região.

Então, encantou-se com a Oitava Maravilha do Mundo e ficou com vontade de conhecer? Sabe de mais alguma região com costumes tão fortes quanto o Vale?

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Com informações de BBC

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