A língua que você fala muda a forma como você percebe o tempo, segundo estudos

Estudos afirmam que podemos perceber o tempo de forma totalmente diferente a depender da língua que estamos falando. Entenda como isso é possível!

A compreensão humana do tempo continua a fascinar a ciência, que mergulha em estudos para decifrar essa questão. Uma das hipóteses sugere que a língua falada pode influenciar diretamente nossa percepção temporal, fazendo com que passemos a entender o tempo de maneiras diferentes. A direção em que você lê, por exemplo, pode desempenhar um papel importante na forma como percebemos passado, presente e futuro.

Esse tema pode já ter sido abordado em “A Chegada” (2016), onde uma tradutora começa a interagir com o tempo de forma não linear após aprender a linguagem alienígena apresentada no filme. Mas, ao contrário da ficção, isso tem explicação no mundo real.

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Você sabia que o idioma que falamos influencia nossa percepção do tempo?

A percepção do tempo varia entre culturas e idiomas. Enquanto para alguns, o passado está atrás e o futuro está à frente, comunidades como os aimarás têm uma visão diferente: o passado está à frente e o futuro está atrás. Essa distinção revela como a linguagem atua na formação de nossas representações mentais do tempo.

Estudiosos têm investigado como a utilização de diferentes idiomas pode moldar visões temporais únicas. Em um estudo recente, pesquisadores analisaram como falantes bilíngues podem adotar visões temporais totalmente diferentes, dependendo do idioma utilizado.

Por exemplo, o inglês associa o tempo a distâncias físicas, enquanto o grego relaciona o tempo a quantidades físicas, transformando nossa percepção do tempo em um volume que continua a crescer, não em uma distância percorrida.

A teoria por trás dessas descobertas diz que aprender um novo idioma pode levar as pessoas a experimentarem uma percepção temporal que ainda não é conhecida. A linguagem não se restringe à comunicação, ela influencia nossas emoções, a forma como enxergamos o mundo ao nosso redor e até mesmo nossa noção de passagem temporal.

Além do idioma, questões como o atraso recorrente podem moldar como cada pessoa percebe o tempo. O hipocampo, uma região do cérebro, desempenha um papel importante em nossa percepção e memória dos eventos, o que influencia a forma como medimos o tempo com base em experiências passadas.

Nossa percepção do tempo é moldada conforme interagimos com o ambiente

Recentemente, descobertas da Nature Neuroscience em 2023 trouxeram informações sobre o processamento temporal no cérebro. O estudo indica que a percepção do tempo é flexível e descentralizada, baseando-se na atividade neural que se desenvolve à medida que interagimos com o ambiente.

A diversidade linguística contribui para diferentes interpretações de uma mesma situação. Por exemplo, a descrição de um curto intervalo de tempo para falantes de inglês ou sueco não é a mesma para aqueles que se expressam em espanhol ou grego, mostrando como a língua influencia nossa maneira de perceber o tempo.

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Estudos publicados no Journal of Experimental Psychology revelam que essas variações linguísticas podem influenciar a percepção temporal de cada pessoa. Para os bilíngues, essa influência pode ser observada quando o comportamento muda conforme a língua falada.

Uma pesquisa envolvendo espanhóis e suecos bilíngues ressaltou como a linguagem impacta a percepção do tempo, demonstrando que a interpretação de eventos temporais varia entre os grupos, mostrando a influência direta do idioma na compreensão do tempo.

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