Trens grandes demais: um erro de cálculo que custou € 280 milhões na Espanha; entenda essa história!

O erro de cálculo relacionado ao tamanho dos trens na Espanha custa milhões de euros.

Na Espanha aconteceu algo bastante curioso: uma encomenda de trens grandes demais. Um dos principais jornais do país, o El Comercio, investigou a fundo essa confusão, já que os trens teriam um tamanho muito acima do permitido nos túneis ferroviários espanhóis. Saiba mais sobre o tema a seguir.

A Encomenda dos trens avantajados

No final de janeiro, o jornal El Comercio publicou detalhes sobre a encomenda milionária do governo espanhol de trens avantajados, e apurou que a Espanha gastou 258 milhões de euros, equivalente a cerca de 14 bilhões de reais.

Foram 31 o número de trens encomendados à fabricante CAF pela Renfe, a operadora ferroviária. O problema é que os trens eram largos demais para a capacidade dos túneis ferroviários espanhóis. Os 31 trens novos substituiriam as frotas envelhecidas nas regiões autônomas do norte do país, necessariamente das Astúrias até a Cantábria.

Ainda bem que os trens grandes não saíram do papel. Eles seriam construídos este ano para funcionarem em 2024, mas com a confusão do tamanho, a construção só será feita ano que vem, para funcionamento apenas em 2026.

O governo chamou a confusão de “falha indescritível” e prometeu punir os culpados.

Mas quem são os culpados?

Várias partes estão envolvidas, como a própria CAF, a Renfe e a Agência Estatal de Segurança Ferroviária, a AESF. Entre elas, estabeleceu-se uma espécie de joguete de culpas.

A Renfe afirma que, depois de conceder contrato à CAF, forneceu medições com base nas especificações de infraestrutura fornecidas pela AESF. Já a CAF, por sua vez, diz que alertou à Renfe em março de 2021 de que as especificações não estavam corretas. A AESF reiterou que as especificações não falharam, pela antiguidade do sistema ferroviário do país.

Essas contendas entre os órgãos se estendem até hoje, mas algumas demissões já aconteceram. Entre os demitidos estão um gerente de material rodante na Renfe e um chefe de inspeção e tecnologia dos trilhos da AESF. Está também ameaçado de demissão o gerente de infraestrutura ferroviária, alto cargo na AESF.

Apesar da mobilização de entidades do governo espanhol, o conflito dos trens grandes demais vai demorar a ser resolvido.

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